quinta-feira, dezembro 18, 2008


[ if you love me, mr., you will never leave me ? ]


E é o silêncio semi-cerrado que inebria a mente de modo a fazê-la obscurecer dentro da sua própria e oscilante luz.
Eu não aguento o não ser, o não ter, não ouvir ou não ver.
Alguém me dá uma xícara de emoção, por favor?
Sim, com muito açúcar, de amargo já me bastam os nervos.

Existem dias onde acordar é perceber o quão vazio se é o dia, as horas e os minutos. Nada que se faça, é capaz de passar produtividade, e acabamos nos reduzindo a um nada parasitário que apenas rouba o ar de quem de fato, deve merecer.
Mas quem merece mesmo ? Nessa busca introspectiva de merda onde nunca se chega a nenhum resultado final claro o suficiente, o melhor mesmo não é isso ? De não pensar e apenas se seguir uma rotina programadinha com todas as suas obrigações normais ? Ganhar dinheiro de uma maneira que nos desagrada na maioria das vezes, para em seguida gastá-lo com contas que fazemos com poucos caprichos.
Ah, a vida! A eterna Odisséia na dúvida de viver ou apenas existir.

Também existem dias onde uma xícara de emoção já não é suficiente.
E nesses tais fatídicos dias, fumo meu cigarro e peço uma boa dose de fantasia, com duas pedrinhas de gelo e uma rodela de limão.
Aí me sinto melhor, imagino figuras diversas que giram e tornam em uma aquerela de nuances imaginárias. E eu me sinto bem.
É, eu sei que passa, sempre passa. Mas no momento, é como se valesse à pena.

Ah, o primeiro cigarro do dia!
Nossa, a primeira tragada ..
..e a última, como é.. surreal.

A vontade acha um jeito.
Sempre.

Oh, deus, hoje é um dia esplêndido! Portanto venha e me conta do seu dia ruim, porque nesse exato momento, eu estou em fogo.



Despretensão corriqueira de uma tarde de domingo.


[ o que é o amor, senão detalhes que ninguém vê? ]



Já era pra ter postado isso, mas a preguiça e a falta de controle sobre minha própria vida, me fazem adiar as coisas por simples desmotivação, ou até mesmo numa tentativa mascarada (totalmente irreal) de me esquecer das coisas que estipulei.
Mas enfim, um diálogo engraçado de maneira refinada, que talvez nem todos entendam.
Sim, 3 pessoas, sendo um nada além de vírgula.

Lá vai:

A.Z.I.L.U diz:
vocês duas estão de ressaca.
interessante... afinal, é domingo... eu deveria estar de ressaca também.
não querem rebeber comigo, garotas?

aritanna - diz:
Não, eu não estou de ressaca hoje.
Não bebi ontem, resolvi me cuidar um pouco.

A.Z.I.L.U diz:

é so uma ressaca amoral, nada de álcool.
essa ressaca é boa pra alma. =)

aritanna - diz:
ahh, aí sim, hein ?
dessa eu to podre até o talo.

A.Z.I.L.U diz:
ei ari... acho que a lili dormiu por causa da ressaca.
uhauhauha boa.

aritanna - diz:
ahusahusuha ressaca etílica.

A.Z.I.L.U diz:
sabe lili, quando você acordar, saiba que eu amo a aritana.

aritanna - diz:
ela sabe quem eu sou ?

A.Z.I.L.U diz:
eu não te conheço lili, but doesnot matter.

aritanna - diz:
creio que não hehehe

A.Z.I.L.U diz:
também não. but who cares?

aritanna - diz:
pelo visto, ela nem se interessa ao certo em saber quem tu és ehehe

A.Z.I.L.U diz:
é, senao, já nos teríamos conhecido o suficiente...

aritanna - diz:
ela é daí ?

A.Z.I.L.U diz:
como eu e tu nos conhecemos bem... vai ver ela não me apetece... ou ela não me entende... talvez seja uma síntese de ambos, não acha, querida?
se eu não a conheço, como saberei se é daqui? tsc tsc...

aritanna - diz:
eu acho que ambas as opções.

A.Z.I.L.U diz:
sim, uma síntese.
eu sou uma merda de gênio, já provei eu mesmo, isso.

aritanna - diz:
é fácil saber de onde as pessoas são, querido.
nem sempre é necessário conhecê-las =)

A.Z.I.L.U diz:
é, a lili tá ausente, não vi esse detalhe...

A.Z.I.L.U diz:
bom, pelo menos ela se preocupa com os outros, com os amigos ficarem no vácuo. é sincera.
lembra do massive attack?
e você por acaso não pode gravar essa conversa e colocar no jardim de suplícios seu?
claro que pode.
basta querer...

aritanna - diz:
ou então ela mente o status do msn pra só falar com quem ela tá afim e poder usar essa desculpa do "ausente".

A.Z.I.L.U diz:
não, aliás, nunca conhecemos nada totalmente... mas isso é bom - não cria tédio.

aritanna - diz:
é uma boa, há tempos não posto lá

A.Z.I.L.U diz:
sim, eu não interesso, ou ela é boa pessoa.

aritanna - diz:
é, a dúvida, por vezes, é apaixonante.

A.Z.I.L.U diz:
que grande enigma... LILI, FALE A CAUSA DO SEU SILÊNCIO CONOSCO, NÃO SE ACANHE.
só as dúvidas chamam a atenção...
vc me ama?

aritanna - diz:
bingo.

A.Z.I.L.U diz:
não responda...
.

aritanna - diz:
quem cala..

A.Z.I.L.U diz:
(grave e coloque no seu blog, senão te bato, vou sair, bjomeliga)
com
sente.

aritanna - diz:
e bota "sente" nisso.
não me bate, porque eu me apaixono e fodeu.

A.Z.I.L.U diz:
ei, eu bloqueei você, como pode você está aqui ainda?
falha no sistema.
temos que escrever à microsoft, eu quero ter minha privacidade!

aritanna - diz:
e porque demônios me bloqueaste ?
ha ha ha eu sou uma falha na matrix.

A.Z.I.L.U diz:
se tem uma conversa em grupo, não adianta tentar bloquear, viu que coisa chata?
pra uma saída à francesa, adoro saídas à francesa.
odeio despedidas.

aritanna - diz:
mas eu te vi ficando on-line normalmente.
tá vendo ? eu tenho que fazer parte da tua vida, por mais que tu não queira.

A.Z.I.L.U diz:
verdade.
é deus, lembra? quando nos conhecemos...

aritanna - diz:

tudo conspira.

A.Z.I.L.U diz:
a gente não se achava e os nossos msn não fechavam, aí você me deu o da sua empregada, e eu me chamava... como era o nome dela?
eu sei que ela gostava do fudêncio.

aritanna - diz:
isso!
você era Silvana.

A.Z.I.L.U diz:
[corrija quando for colocar no blog, por favor, não me faz passar vergonha, mas tudo bem, vou ficar anônimo mesmo... meu nick é anônimo... adoro ser anonimamente famoso]
eu era Silvana.

aritanna - diz:
isso tudo vai pra lá, a conversa irá na íntegra.
senão fica falso, tenho que colocar os fatos reais hehehe

A.Z.I.L.U diz:
vai pra lá, vai pra lá... ôôôôeeee....

aritanna - diz:
mas tá, eu corrijo uns errinhos pra ficar mais bonito hehehe
que cor queres pra ti ? azul ?

A.Z.I.L.U diz:
sua chata, mas tudo bem, como dito, to anônimo, e se falar que sou eu, eu nego.
=l
quero azul. escuro.

aritanna - diz:
não precisa falar, eu sabendo, já basta.

A.Z.I.L.U diz:
apagado, um blues.. quero um blues, quero ouvir My Time After a While, do Johnny Winter.

aritanna - diz:
azul escuro da cor do meu cabelo ?

A.Z.I.L.U diz:

conhece o Johnny, querida? ele é branco feito um morcego albino.
pode ser.

aritanna - diz:
eu tô ouvindo um brega escroto de alguma seresta nojenta pelas redondezas
"mas nao tem revolta nao, eu so quero que vc se encontre, saudade até que é bom, é melhor que caminhar vazio, a esperança é um dom, que eu tenho em miiiim..."
eu queria ser branca como um morcego albino.

A.Z.I.L.U diz:
adeus. morri.
.

[b][i][c=4]Lili[/c][/i][/b] diz:
tava no banho

aritanna - diz:
é o brega que me fritando meus miolos aqui
ARRRRRRRRRRRGH!!!
Tá viva !

[b][i][c=4]Lili[/c][/i][/b] diz:
quem são vcs ?

aritanna - diz:
jack ?
quem somos nós ?
jack ?

A.Z.I.L.U diz:
joker.
ora lili!

aritanna - diz:
bingo!

A.Z.I.L.U diz:
coloca sua foto pra gente ver você... tava bom o banho?
eu tenho memória fotográfica, não lembro pelo nome... sou péssimo pra nomes... aliás, o que é o nome perto de um sorriso e de um olhar? eu não gravo nomes, mas fisionomias...

aritanna - diz:

lili, não se acanhe.

A.Z.I.L.U diz:
é o nosso cartão de visita.

aritanna - diz:
mas o meu, querido, se tu esquecer, eu juro que te dou um soco.

A.Z.I.L.U diz:
a lili deve ta se vestindo, deixa ela na paz.
o teu é exótico, nomes exóticos a gente grava.
o meu e o de lili são bem comuns.

[b][i][c=4]Lili[/c][/i][/b] diz:
quem sao vcs
vou excluir os dois

A.Z.I.L.U diz:
somos o seu pior pesadelo, lili.
nós iremos aí te matar.
.
isso, exclua-nos.

[b][i][c=4]Lili[/c][/i][/b] diz:
como vcs conseguiram meu msn ?

A.Z.I.L.U diz:
é o melhor a fazer, o mais rápido possivel.

aritanna - diz:
HUASUHAUSHAUHSAUSHUHASUHS

A.Z.I.L.U diz:
eu chutei um msn, dai achei voce.

aritanna - diz:
rápido!
não perca tempo, lili!
sua vida depende disso!

A.Z.I.L.U diz:
nao, é mentira, você é um contato meu, mas... eu não lembro de você.

aritanna - diz:
ahhh

A.Z.I.L.U diz:
já expliquei antes o motivo, só subir a conversa que você entende...

[b][i][c=4]Lili[/c][/i][/b] diz:
vai te fuder felipe

A.Z.I.L.U diz:
bem, talvez entenda, mas bloqueie, lili.

[b][i][c=4]Lili[/c][/i][/b] diz:
nao posso tc agora

aritanna - diz:
cuidado, Lili, eu sou o pecado, a vergonha.
Lili é uma pessoa agressiva.

A.Z.I.L.U diz:
essa atitude é a prova das minhas constatações e tua resposta pra mim - realmente não eras assim um... "bom contato"
poupar-me a tempo. =)
como disse, se você colocasse a foto, eu lembraria... mas não tem foto.

[b][i][c=4]Lili[/c][/i][/b] diz:
so com quem merece
nao posso tc agora
bye

A.Z.I.L.U diz:
eu pedi, pra poder lembrar de você, mas você me leu sem me ler, só estava preocupada em saber quem eu era...
que coisa, lili...
enfim... onde estávamos, cherry?
pouco importa...
o passado não importa muito.
grave isso e coloque no seu jardim, por favor.
tá ficando bom.

aritanna - diz:
Tudo devidamente registrado.
qual a idade de lili ?

A.Z.I.L.U diz:
com mais tempo, chamamos mais gente.

aritanna - diz:
a física, já que a mental foi comprovada pela própria.

A.Z.I.L.U diz:
eu não sei, como dito eu não lembro dela.
essa é a terceira ou quarta vez que digo... ¬¬
é, idade mental reduzida.

aritanna - diz:
eu sei, querido

A.Z.I.L.U diz:
sem preconceitos, infelizmente, pra ela, é um fato.
.

aritanna - diz:
é só pra alfinetar, entenda.

A.Z.I.L.U diz:
vem que te alfineto toda.
aliás, vc já é toda alfinetada... no corpo todo.
tenho que me retirar.
se despeça.

aritanna - diz:
porque ?
obrigações ? ah, que monótono.

A.Z.I.L.U diz:
consideração com as outras pessoas.
é importante...

aritanna - diz:
eu sei disso, me orgulho de ti por isso.
também por isso, aliás.

A.Z.I.L.U diz:
tão ligando.
tenho que sair.
beijos, querem comer sorvete comigo.

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À pedidos, a conversa na íntegra, de fato. Os ajustes foram apenas em relação à acentuação, para permitir uma leitura mais clean e rápida. Acontece isso quando me comunico com ele, alguém que me embreaga a mente com palavras. E creiam, isso é raro.
Sinto o tanto que errei, mas sinto igualmente o tanto que me foi errado.
E isso é uma proporção milimétrica que praticamente só nós dois entendemos.
Não se pede desculpas ou perdão, apenas se entende o erro, e se segue em frente.
Não é, meu querido F. ?
E a resposta é sim, claro que sim, o tempo todo te digo que sim.



segunda-feira, novembro 17, 2008

Tatto Maniac


[ Porque se você mecher comigo, ah, você vai chorar, baby... ]


"Não sai nunca mais
Nem depois da morte
Nunca se arrependa
Faz parte da sua vida
É seu modo de ser
Seu jeito de pensar
Sua família toda reunida reclama da sua aparência
E com o quê os vizinhos vão pensar
Nego tatuado, imagina!
Você não perde por sua família ter vergonha de você
Sou tatoo maniaco
Por toda minha vida!"
[ Ratos de Porão - Tattoo Maniac ]


Tatuagens guardam lembranças, tempos, idéias, pessoas, amores, saudades, histórias, o que eu fui, o que eu ainda sou...
Sabe quando as pessoas dizem: minha vida é um livro aberto?
Pois é, no meu caso, o livro é ilustrado.





[ Maldita - Anatomia (1ª versão) ]




terça-feira, outubro 21, 2008

Lamúrias notórias de um sexta lúgubre.

[ detalhes internos semi-negados ]


Existem dias em que só se pensa em não ter levantado.
Sexta passada, foi um dos desses, e apesar de toda a resignação em deprimir-me solitariamente, me arrancaram do sepulcro em que transformei meu quarto e me jogaram na gandaia.
É engraçado agora, ver a que ponto eu consigo chegar com essa auto-indução a tristeza, me valendo dos motivos mais banais e mesquinhos (logicamente, aos olhos alheios).
Que orgulho dessa minha mente deprimida que funciona tão bem pra isso!

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- tudo bem por aí?
- é, mais ou menos .. e aí?
- muito menos.

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Anita diz:
alias, 7 eh q dia? terça?

AritAnna-Varney - diz:
eu nem sei que dia é hoje, que vida é hoje, que nome tenho hoje.

Anita diz:
aritana culósofa

AritAnna-Varney - diz:
que nada, apenas auto-flagelação induzida. Não é legal ?

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.gRaH. diz:
cara..vamo sair? tipo, uma roda, violao, amigos, vinho...e sem muvuca...q tal? ^^

AritAnna-Varney - diz:
é, parece uma boa idéia, mas eu não quero sair de casa hoje.

.gRaH. diz:
ooun pq?

AritAnna-Varney - diz:
sem ânimo, sem vida, sem dinheiro.. e pior, meus cigarros estão acabando.

.gRaH. diz:
ixiiii...oq aconteceu??? isso eh muito tempo dentro de casa cara, vamo sair e beber que tu se anima \o/

AritAnna-Varney - diz:
é muito tempo dentro de casa, dentro de mim, fora do mundo.

.gRaH. diz:
eiiita, maaaas se resolver sair da um sinal de vida =)

AritAnna-Varney - diz:
qual ? a vida que não tenho hoje ?

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canção
coração
que horas são ?

--

eu tenho tudo
.tudo que não tinha.
tudo que eu podia.
eu tenho.
tudo.

não, eu tenho tudo.
não eu, tens tudo.
não eu tenho, tudo.
tudo tenho, não eu.
eu não tenho tudo.
droga.

--
deixe sua felicidade pra amanhã, querido, que hoje nossas lágrimas são como gotas de sangue seco, coagulando no nosso barril de tristezas que se valoriza com o tempo.
---
E eu ?
Que estou presa a essa necessidade de precisar de vocêu ?
Fodeu.

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[ Spade Cadets - Give Me Space ]

sexta-feira, outubro 17, 2008

Tente, descontente!



[ não vá se perder por aí.. ]

eu tento me expressar mas as palavras exatas não aparecem.
não consigo me concentrar se não for em um bloco de notas em branco.
quando algo escrito já existe, me bloqueia, é como se maculasse as novas idéias, sujandos-as de pensamentos mortos, passados.
ao invés disso, um tornado de letrinhas invade minha cabeça, rouba minhas boas idéias e torna tudo confúcio demais pra ser explicado.

mutilações de mim, pedaços espalhados
embora que juntos, inertes na atividade
falta de desejo ou vontade.
torpor obtuso, tédio crescente.

melodias melosas de melancolias constantes
tontura mental, nada se tem além
sem ânimo, sem vida, sem dinheiro
e pior, meus cigarros estão acabando.

auto-indução de tristeza
morbidez notória e descrença de percepção
trajo-me nua de mortalhas na alma
ah, se solidão fosse tudo!

vazio, vaso seco.
conexão rachada, estilhaçada.
fio solto, fio só, sem tensão.

mastigo formigas e me sinto mais perto do chão
do real, do tátil, do vivo.
misto de doce, ácido e ocre.

com unhas sujas, esmalte descascado e descaso
escrevo letras tortas em dimensão sem linha.
a medida do tempo é o transbordar das cinzas
do meu firestone de abrigo.

"sinceramente você pode se abrir comigo"
honestamente, eu não quero te dizer.
vocêu acertou o pulo (direto pro abismo)
quando me encontrou.
e é necessário que bata nossas asas
em sintonia divinal
para que não haja uma espatifação gloriosa.

antes de nada eu gostaria de explicar
segue agora um mosaico de amarguras mil
chamado "a marchinha psicótica de dra. AV."
anunciados o humor negro e a má percepção.
e pra provar, oh meu querido, meu amor tão radical
eu escrevi essa marchinha pra tocar no funeral
e um milênio passaria e continuáriamos sendo cult-underground.

doidão é apelido para paranóia
toda jibóia,
toda bóia,
toda clarabóia
querido, que tal baixar esse seu cursor ?

deitado no divã com woody allen
eu tive um sonho com aquele estranho e velho álibi.
cuidado, meu amigo.
não vá se estrepar.
não queira dar um passo mais alto que o juízo pode dar.
não vá se perder por aí...
só não vá
se perder
por
aí.

[ Sex Pistols - Anarchy In The UK ]

segunda-feira, outubro 13, 2008

Saga sanguinária interminável..


[ tô aqui pra fazer graça, hein? ]


De todo, ao meu vício, eis que me entrego
Nu, vazio de medos e de prantos coberto.
Na sensação do momento, calo, submeto, me entrego.
Atento de ti, que consola, observo e adoro.
Mudo, quase que inerte, na admiração plena do impalpável e ainda assim perto.

Tento compreender como de ti, minha felicidade depende.
De tua presença sutil mesmo que ausente,
do suave calor que emanas febrilmente.
Aqueces esse coração que vive de inverno, peço-te.

Como podes tu, inanimado ser distante e discreto
Arrancar suspiros e alívios de um modo tão correto ?
Me entrego, esqueço dos conselhos a proteger-me de mim
É apenas o início de mais um amargo fim
Que recomeça sempre que te toco até inexistir.

Preciso, não négo.
Dependo, venero.
Penso em largar, não quero.

Não me é correto nem são, amar tanto, e no fim, em vão.(?)
Que recompensas me traria além desse prazeiroso momento ?
Te aproveitas de mim e sobe à minha cabeça
Tomando conta de tudo onde quer que esteja
Dias e noites passam sem fim, e tudo que quero é você, aqui.

Quando não o tenho, felicito-me em ler teu nome
Vivo, de um verde tão vivaz que só me satisfaz.
Querer-te a todo momento é de praxe
Mesmo que assim, meu óbito, já não afaste.

Tua ausência me desespera, alucina
E ainda assim não desejo nenhuma outra toxina!
É insano e injustificável sentir tudo isso por ti, sei.
Fora de minhas mãos, imagino todos os meios de tocar-te.
E a distância parece que aumenta tanto
Assim como essa corrente de ar que pra longe leva essa fumaça
Que há minutos, era parte de mim, e pra sempre.

Quando em meus braços te acalento
É como proclamar um ode de auto-destruição.
Me faz tão bem, jamais quero separar-me
Embora um dia, de tanto amor e desejo
Sei que irá levar-me.

Devaneios te cercam em minha mente
Ao meu sono e despertar
Só quero sentir o teu sabor de aroma sutil
E no teu encanto, viajar milhas sem sair do lugar.

Tudo que já passamos juntos não é metade do que viverei ao teu lado
Passaremos por mais campos, estradas e sarjetas
Juntos, por todos os bons e maus momentos
Rindo mesmo que mudos, nos completando e nos perdendo a cada minuto
Para que depois de pouco, nos encontremos e vivamos tudo novamente
Nesse círculo vicioso de amor e morte.
Sempre, sem que te arranquem de mim.

É a ti, companheiro de madrugadas e aventuras distantes
Que dedico compridos versos de louvor
Na promessa que te levarei comigo onde quer que for.
Mesmo que isso sigfique morrer um pouco mais a cada minuto.

Agradeço pela companhia, meu melhor amigo.
Ontem, hoje e no fim da leveza tediosa dos dias.
Sei que me serás fiel, mesmo que não só a mim faça bem.
E é nessa devoção sincera, que de ti não me vejo sem.

Como uma música fúnebre que embala as nossas vidas
Canto contigo as canções mais belas de amor em dor
Proclamando meu amor imenso em silêncio
Que te reluz em estrelas, marcadas eternamente em meu corpo e alma.

Por momentos odiei-te e quis matar-te.
Não me é certo depender-te!
Afastar de mim todo mal que provocaste.
Vacilo, volto atrás, percebo que és afinal, minha parte.
Inseparável, presente, marcante.
Jamais oscilante.
Em ti confio mesmo ao saber que não és fumante.

Sei que ao lerem, não irão ao certo entender.
Mas o que sinto há de permanecer.
Mais uma vez, agradeço, amado, Hollywood Menta.

Permita que te fume até o fim
Pra que depois de horas, renasça das cinzas que construímos
nas desventuras de nossos dias.





[ Nekromantix - Spiders Attacking Manhattan ]

segunda-feira, outubro 06, 2008

Apenas cinzas sem brasa


[ (des)aconselhável... ? ]



Porque meus cigarros são tão inspiradores ? Talvez por serem a presença mais viva dos meus dias, por mais tempo e sempre ao lado.

"Ah, por que tu dá tanta ênfase ao teu hábito de fumar?"

Não se trata disso.
Pergunto: melhor solidão ou desamparo ? Quando se vê só, tudo é motivo pra escrever ou achar uma maneira de ser útil. Afinal, a idéia das pessoas de sentir-se vivo, é poder de fato servir pra alguma coisa no mundo, não é ?
Não pra mim.

Somos como os cigarros, no fim das contas.
Fomos feito com a única intenção de gerar lucro e prazer, e consequentemente, vício e doença. O que seriam os homens além dos vírus do mundo que a tudo destroem ?

Cigarros.
Compridos, finos, uns maiores, outros curtos, com cores, sabores e aromas diferentes e marcantes. Viciantes.
Dispensáveis, efêmeros, substituíveis, frágeis, prejudiciais. Mas que sempre conseguem, mesmo que por pouco tempo, passar momentos de prazer, reflexão, dor, e porque não amor ?

Vamos queimando, nos consumindo, acabando, com o passar de dias e anos, uns de forma veloz que se deixam queimar no vento das praias. Outros que queimam lentamente, protegidos do tempo. Uns que apenas queimam na naturalidade das coisas, como devem queimar, sempre até o filtro e ao momento em que o calor faz arder os lábios.

Até um fim pessoal, que logo é esquecido ao começo do próximo fim. Ciclo vicioso interminável! Mas ainda assim, existimos.

Pra quem fuma, um cigarro só nunca é suficiente. Imagine, por toda a vida, poder fumar apenas UM cigarro ? Ter apenas UM momento de prazer ? Apenas UM momento de dor ?

Esse parágrafo pode ser lido como:

Pra quem ama, um amor só nunca é suficiente. Imagine, por toda a vida, poder amar apenas UMA pessoa ? Ter apenas UM momento de prazer ? Apenas UM momento de dor ? Seria válido, mas seria o bastante para UMA vida ?

O mundo é um grande cinzeiro, e quanto mais queimamos em nossos pecados e maldades, mais cheio ele fica.
E quando chorarmos por isso, nós, que agora cinzas, em lama nos transformaremos através de nossas próprias lágrimas.



Não é minha visão definitiva de vida, é apenas um pensamento momentâneo, que acabou de passar como o cigarro que apaguei agora.




[ Marilyn Manson - Mechanical Animals ]

domingo, setembro 28, 2008

Não mais que do nada.


[ androginia as avessas ]

"E nessa noite fria, ela sozinha sabe de seu destino inevitável.
As fortes dores no peito e as rajadas de sangue expelidas em cada tossida, são mais do que presságios perigosos que já se acumulam a anos. E de alguma forma, ela sabe que é essa noite, porque jamais se saberá.
Caminha em meio a estranhos, ao deserto de ruas escuras, becos, vielas a alamedas sujas. Pra onde, então ? Um bar seria uma boa pedida, talvez, mas ela não gostaria de fazer alguém testemunha de momento tão vazio, final.
Pra quê um bar se meia garrafa de vinho quente já é o suficiente ou até mais do que se poderá consumir ? Talvez apenas uma parte incosciente que com medo grita e clama por mais companhia, mesmo que desconhecida.
Muro alto, local de aparência inóspita e tão velho. Portões altos e fechados, já que é tão tarde. Nada que uma pequena (e já há muito conhecida) fenda na cerca de metal, não resolva.
E o mais frio mármore preto parece agora o banco mais confortável a aconchegante possível, mesmo em meio a um silêncio literalmente sepulcral. E o que fazer nesse momento de solidão que soaria como extrema ? Soaria se eles não estivessem ali, claro. Eles, os responsáveis por tantas noites sem ar, noites de riso, de alegria, de calor interior que só um fumante entende tão bem.
Como sempre, eles nunca a abandonaram, sempre ali, em todos os momentos mais diversos.
Sentar é incômodo, dói a cada respirar, a cada tragada, a cada expirar de fumaça tão campestre e de sabor tão suave. Deitar ali é mais convidativo do que nunca, os músculos relaxam de forma nunca sentida, o ar entra tão puro e gélido como jamais fora mesmo em dias de chuva intensa.
Ali o céu parece nunca ter tido tantas estrelas de brilho incalculável, praticamente diamantes gigantescos reluzindo em um breu imensamente amigável. Um fechar de olhos é tudo que ela almeja, como se clamasse por ver uma realidade utópica que a livraria do redemoinho de pensamentos e sentimentos contraditórios, da sensação de culpa e dever cumprido que se chocam naquela fração de segundo.
Fecha os olhos, menina, é tua consciência que grita! Mais um trago, e veja as cores que nunca apreciou, dotadas de aromas doces e leves, jamais presenciados. Uma cantiga toca ao pé do ouvido, onde só ela escuta, com os acordes que não puderam ser tocados por ninguém.
E simples assim, o cigarro cái, e lentamente se consome pelo mundo, em fagulhas que nunca irão se reacender.
Apagado, acabado. Fria, inerte.
Sopor aeternus."


À A.Shalders, que mesmo sem sigficado na minha vida, mesmo sem que eu conheça ou tenha trocado palavras diretamente, me motivou a escrever um "conto" novamente.
O que me inspirou foi nada além do que a depressão e a degradação de vida que Anna-Varney me transmite.
Fragmentos de um possível trágico futuro ? Responda-me, ó id !



[ Sopor Aeternus - In Der Palastra ]

segunda-feira, setembro 08, 2008

Meus 20 melhores amigos...


[ ...estão num maço de cigarros. ]

______________________________________

"
Eu sei que ele vai chegar.
Ele vem.
A qualquer momento ele chega.
Olho para os lados.
Eu sei que ele vai chegar.
Espero.

Acendo um cigarro.
Olho para os lados.
Eu sei que ele vai chegar.
Espero.

Peço uma cerveja.
Fumo o cigarro.
Olho para os lados.
Eu sei que ele vai chegar.
Espero.
Bebo a cerveja.
Puxo um papel da bolsa, uma caneta, escrevo.
Fumo o cigarro.
Olho para os lados.
Eu sei que ele vai chegar.
Espero.

Ouço a música.
Observo as pessoas.
Escrevo.
Bebo um gole de cerveja.
Dou um trago.
Olho para os lados.
Eu sei que ele vai chegar.
Espero...

Olho compulsivamente para os lados.
Fumo.
Fumo.
Acaba o cigarro.
Bebo mais três goles de cerveja.
Encho o copo.
Escrevo.
Escrevo.
Eu sei que ele vai chegar.
Espero...
Espero... olho para os lados.

Acendo outro cigarro.
A cerveja acaba.
Peço a conta.
Escrevo.
Olho para os lados.
Já não sei se ele vai chegar.
A conta chega.
Pago.
Caminho até o carro.
Acendo um cigarro.
Já não espero.
"


Talvez a vida seja assim, uma eterna espera que nunca chega.
Cabe a você, sair pra viver ou esperar que ela te peça pra isso.

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Muita gente me questiona sobre isso, se é vício, se é pra fazer graça.
Graça legal essa, que se faz na maioria das vezes, só.
É mais que um vício.
Reconheço o mal imenso que representa ao meu corpo, claro, não seria cega a esse ponto.
Mas o que ninguém entende é o quanto isso me faz bem à alma.
Podem chamar de válvula de escape, de defesa falha ou do que quer que seja.
Pra mim, é uma companhia reflexiva.

Se eu preciso fumar ? Se eu dependo deles ? Não, duplamente não.
Tenho a consciência de que quando eu quiser parar, é tranquilo. Ninguém mais senhor de mim do que eu. Dono de minhas vontades em absoluto.
É, usei "dono" no masculino, me sai mais sonoro, creio.

"Então porque tu não pára?"
Simples, eu não quero.
Não sinto a menor vontade de parar, mesmo já sentindo o corpo falhar em diversas horas, mesmo com acessos de tosse diários, repentinos e repetitivos, mesmo com a taquicardia que se sucede após um lance de escada com mais de 8 degraus.
Será que vale a pena se submeter a tudo isso por causa de uma dependência medíocre de alcatrão e nicotina ? Óbvio que não.
Mas de uma forma que só um fumante que é apaixonado pelo seu cigarro entende, que já passou por vários momentos onde só o seu careta foi sua companhia mais compreensiva, é recompensador.

Meu hollywood menta é como se fosse o meu Toddynho. É meu inseparável companheiro de aventuras cotidianas, dos melhores aos piores momentos, de todos os lugares e horários. É meu calmante instantâneo, meu contensor de lágrimas, meu "ombro" amigo que é capaz de me induzir a uma auto-reflexão sem sequer balbuciar palavra.
Quem nunca fumou um cigarro e gostou, não será capaz de entender a que sensação eu me refiro.
Sendo assim, um trecho excelente de
Mário Quintana:

"Um cigarro pode ser tudo menos um simples cigarro. Para os fumantes ele é uma fonte de inspiração, um relógio que marca o tempo de determinadas atividades. Para os não-fumantes ele é um incômodo social que precisa ser banido do planeta. Desconfia dos que não fumam: esses não têm vida interior, não tem sentimentos. O cigarro é uma maneira sutil, e disfarçada, de suspirar."


Não me culpem por gostar tanto de sonhar acordado e ver a névoa real dos meus desejos.




quinta-feira, setembro 04, 2008

E um dia, tudo finda.


[ felicidade natural ]


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"Não há carinho nos seus olhos
No brilho deles vejo ódio
Não há razão pra mais
Tenho que admitir
Não há amor na sua alma

Os nossos beijos são amargos
Nossas carícias são tão frias
Eu juro para mim
Com um outro alguém
Que tudo vai voltar
Como um dia eu já amei

Eu vejo muito o passado
Onde eu lutava do seu lado
Você mudou demais
Você se transformou
Não há amor na sua alma"


_____________________________________

É, eu me separei.
Não foi divórcio, até porque nunca fui casada no papel.
Mas é muito engraçado chegar e falar pra um amigo:
"Cara, saca só, eu tenho 19 anos e sou desquitada!"
Seria muito cômico, se não fosse trágico né..

Fiquei casada durante 1 ano e 4 meses, exatamente o tempo da maior aposta que rolou em uma das minhas despedidas de solteiro, ou seja, como acertaram, tem uma grade de cerveja aí pra beber =)

Mas sim, os próximos sabem como tudo isso foi muito rápido e muito louco. Em praticamente 50 dias, eu conheci por internet, conheci pessoalmente e fui embora morar junto. Inconsequência? Com certeza, mas paixão arrebatadora acima de tudo, que me cegou a ponto de abandonar minha vida cheia de planos engatilhados sem pensar duas vezes. E por vontade própria, nunca fui coagida a isso, mesmo.

Foi MARAVILHOSO ter vivido tudo isso, de modo que não me arrependo de absolutamente nada que passei nesse tempo. Aprendi demais, fui muito feliz, amadureci muito que não aconteceria caso não tivesse vivido essa experiência tão marcante e renovadora.

Amei demais, me doei demais, sofri, chorei, ri, pensei, decepcionei-me, cresci, conheci pessoas maravilhoas que nunca vou esquecer, visitei lugares lindos. Tem coisa melhor do que se permitir viver o que se sente ? Pra mim, não.

Terminou.
De uma maneira drástica, traumática e que muito me frustrou. É horrível depois de um tempo junto, perceber apenas no final que não se conhece de verdade a pessoa que estava ao nosso lado. É agora, no fim de tudo, que conseguimos compreender realmente o velho ditado clichê que diz que "o amor é cego". Realmente o é. Quando amamos, nos cegamos voluntariamente pro que somos, nos entregamos de forma tão desmedida que tudo passa a ser outro. Não somos capazes de perceber máscaras, dissimulações ou mentiras, tudo porque julgamos incapazes disso as pessoas que tanto amamos. Mas a vida não é e nunca será justa, portanto temos de aceitar que as pessoas que mais amamos, são e sempre serão as que mais vão nos machucar. Até porque é delas que cobramos mais, que esperamos mais, que depositamos nossos sonhos e esperanças e vivemos na ilusão de que são perfeitas e incapazes de nos causar qualquer mal. Doce ilusão, tanto que poderia me considerar uma diabética agora.

As pessoas mudam demais, não continuam as mesmas. Não amam da mesma forma, não olham com o mesmo carinho, não dedicam a mesma atenção. Se transformam em monstros invisíveis que só nos matam por dentro dia após dia, por nossa incapacidade de enxergar isso. Afinal, nada permanece inalterado até o fim.

Apesar dos pesares, nunca desejo qualquer mal a alguém que me foi tão importante um dia. Muito pelo contrário, sou incapaz de fazer mal calculado e premeditado, e até inconsciente. Não faz parte do que eu sou, e não é porque me fizeram isso, que pagarei na mesma moeda. Minha nobreza de espírito não me permite rebaixar-me a tanto, descer tão baixo. Por isso, desejo apenas coisas boas, e que tudo que me desejes, volte em triplo. De tudo isso, resumo:

"Quero que a estrada venha sempre até você
E que o vento esteja sempre ao seu favor
Quero que haja sempre uma cerveja em sua mão
E que esteja ao seu lado
Seu grande amor."

Pois até os piores cafajestes precisam de um amor, até um canalha precisa de afeto. Quem sabe assim, não descubram o que é amar de verdade e se tornem pessoas melhores e corrijam as suas falhas de caráter?

Já superei tudo que me aconteceu, por incrível que pareça. Do mesmo modo que começou rápido, passou rápido. Só nunca vou conseguir perdoar ou esquecer todas as coisas ruins que fui obrigada a passar. E pior, coisas que foram feitas com o único intuito de me magoar, me ferir, mas que acabaram foi por banalizar tudo de bonito que essa história teve. As coisas que passei só serviram pra que eu visse quão pequenas eram pra outra pessoa, quão sem valor muito do que eu achava importante, se tornou. Mas acontece, nem todo mundo é capaz de ter caráter quando se é tomada por uma vingança pessoal ridícula, totalmente direcionada a quem se disse um dia amar.

Todo meu bem estar atual, se deve nada mais a poder me sentir "eu" novamente, depois de tanto tempo. Pode colocar meus planos em prática, minhas vontades banais, estar com os amigos, rir publicamente, ser boba e tosca, dançar no meio da rua em uma madrugada qualquer. E tudo isso, sem medo de qualquer represália. Mas além disso, alguém muito especial, que tem ocupado meus pensamentos e aquecido meu coração, tem um papel fundamental nessa história. Foi meu acelerador de melhoras, sem dúvida, e que vai permanecer na minha vida o tempo possível. A ele, dedico todos os meus melhores sorrisos, as palavras mais sinceras e todo o tempo do mundo, na certeza de que logo logo vamos concretizar tudo que imaginamos com tanto carinho.

Mas enfim, não serão essas frustrações e sacanagens descabidas que me farão modificar minha essência, que é a de ser apaixonada pela vida, de agarrar as oportunidades boas que me surgem, e de me permitir viver intensamente tudo aquilo que acredito ser válido.

O que não me mata, há de me fortalecer.
Portanto, prazer, sou a intransponível Muralha da China!

terça-feira, julho 08, 2008

[ Bem-vinda, AritAnna-Varney ]

[ conecte-se, conheça, compartilhe ]
O orkut definitivamente me assusta.

A modernidade, falando de modo mais geral. Ao meu ver, o orkut cumpre hoje o papel das antigas fofoqueiras, aquelas velhinhas que ficavam tardes inteiras nas calçadas e que davam conta da vida de todos os vizinhos, moradores da região e até mesmo de alguns transeuntes. E acreditem, elas ainda existem! Casos rotineiros são por mim presenciados em uma tal rua Espinharas. Mas enfim, isso se trata de um comportamente considerado normal, tendo em vista a grande falta do que fazer de que a maioria das pessoas com idade já avançada e residentes em interiores e cidades pequenas possuem. Compreensível, cultural e blá blá blá.
Mas cara, o orkut é imoral! Ele, dependendo da racionalidade do "dono", é capaz de revelar uma vida inteira da forma mais íntima possível e imaginável. Tempos bons eram os do início, onde poucas pessoas entravam, já que era necessária a existência de um convite, e uma certa burocracia acerca dos questionários a serem respondidos. Poucos recursos, quase nada de "intrometimento" na vida das pessoas, nada de vídeos, apenas 12 fotos, nada de avisos de "quem te visitou", nenhuma coisa a respeito de suas atualizações pessoais e as de seus amigos ... Uma tranquilidade só. Mas acho que às vezes o povo esquece do conceito de simplicidade. Sei lá, pra mim isso tudo não tinha necessidade nenhuma de acontecer. De certo modo, algumas coisas ficaram mais práticas, como divisão de grupos, o que facilita extremamente uma busca, por exemplo. Reconheço que aconteceram diversas mudanças
positivas, mas no meu caso, viveria tranquila e feliz sem elas. Tudo bem que mais de 12 fotos até ajuda, pois com a limitação as 12 melhores eram escolhidas a dedo, o que muitas vezes enganava as pessoas a cerca da verdadeira aparência alheia...

Agora tem essa tal de "Adicionar Marcação". Com isso se entrega o jogo. A busca antes incessante pelas pessoas que apareciam em fotos, já era. Esse joguinho divertido dos desocupados em passar dias e momentos de frisson em busca de um rosto levemente conhecido ou de uma fofoca que precisava ser comprovada, acabou
definitivamente. Agora basta passar o mouse em cima da tal pessoa e dar um clique. Pronto ! Já foste direcionado automaticamente ao orkut do dito cujo.
Porque claro, todo mundo tem orkut, isso levando em consideração o que uma empregada doméstica de Bacabal disse dentro do ônibus:

"Não sei como 'Jacineide' consegue viver sem orkut, é o mesmo que ter CPF. Hoje até pra arranjar emprego é preciso de um orkut, é bom pros contatos."

(Logicamente, a frase foi submetida a uma tradução em linguagem humana, já que no dialeto no qual foi pronunciada seria praticamente impossível se realizar
uma leitura.)
Fiquei pasma e embasbacada com a quantidade de informações novas e tão indispensáveis à minha vida e carreira profissional. Será que parei no tempo e perdi alguma coisa ? De repente me senti dentro de "Adeus, Lênin!", perdendo toda uma evolução com teorias comprovadas e essenciais a uma existência não-ignorante.Nossa, como eu sou retrô.

Acho que algumas pessoas podem achar isso um impropério, uma loucura ou um devaneio torpe, porque na realidade elas querem é a popularidade, o entrosamento, uma certa forma de miscigenação virtual, tanto em relação a raça, gostos, sexo, caráter, personalidade e o diabo a quatro que sempre se acha por ali. Sem ver
a quem, o que a maioria quer é sair adicionando profiles com fotos bonitinhas (ou não, na maioria das vezes) aos quilos no seu orkut, pra assim se tornar popular e descolado. Mas digamos isso apenas da maioria, daquele povão de lan house que definitavamente não sabe falar (já que demonstram na escrita) e se portar de uma forma pelo menos de longe vista como educada. Não é preconceito, é ojeriza a comentários burros e português inventado. Essa maioria acredita que ter mil amigos é o ápice da glória "orkutal", da popularidade cibernética que se destrói assim que uma palavra tosca é digitada ou um encontro ocorre com uma pessoa mais esclarecida, por assim dizer. Mas que vai ao delírio se combinada com um intelecto de ameba parecido.

Já outro "grupo" do orkut, esse já de pessoas que possuem pelo menos alguma inteligência, opta por parecer discreto, impenetrável, acreditando ainda no mito de que o mistério é a melhor arma na "conquista". Com isso, não aceitam pessoas que não tenham lido pelo menos um de seus best-sellers favoritos, que não tenha a discografia de pelo menos 1 cantor que só é conhecido na Albânia, que não é fã de no mínimo, 3 filófosos austríacos e 1 grego. Pessoas que tem a necessidade de se colocar em um nível tão intelectualizado, que muitas vezes se perdem na merda que criaram pra si. Mas prosseguindo, além das exigências para se aceitar um "about me", afim de manter ainda o clima de desconhecido, apagam scraps, bloqueiam fotos (que na maioria são de seus animais, filmes preferidos, e um monte de coisas extras que não sejam seu próprio rosto), não aceitam depoimentos, possuem pouquíssimas comunidades, e o pior, colocam um status de namorando sem deixar sequer um rastro de que isso seja verdade ou não, de que exista ou não de fato um cônjuge. "Ah, mas as pessoas não possuem a obrigação de mostrar com quem elas se relacionam mais intimamente". Não uma ova ! Pra mim, a partir do momento que tem um status de "namorando" ali, já é exposição, e não comprovar isso com uma foto ou algo do tipo, é ou vergonha de assumir a pessoa, ou ter o rabo preso com alguma coisa. Pode parecer extremista, mas sinceramente é isso que eu penso toda vez que vejo esse tipo de profile ralado. Pior ainda quando se solta um "ah, eu não gosto de me expor"... então pra que diabos fez um orkut ? "foi pra falar com meus amigos"... e eles por acaso não possuem telefone ou qualquer outro meio de comunicação que não exija, antes do contato, saber seu nome, sobrenome, cidade, estado e estado civil ? Sinceramente.

Tudo bem que existem certos tipos de pessoas que realmente prezam por descrição. Mas ainda assim eu acho ralado demais ter um orkut com praticamente nada. Qual a função disso, além de ficar investigando a vida das outras pessoas que fazem parte dessa rede mundial ? Ok, eu já disse que viveria tranquilamente sem os mil recursos novos que existem ali, mas o inicial eu acho de muito bom grado, pois de certa forma ajudam pessoas que você julga amigos, a conhecerem coisas de você que eles talvez nunca imaginariam nem perguntar.

Aí é um ponto legal a ser discutido.
Quem tem um orkut, pode muito bem nem ser alguém. Você pode ser quem quiser, ter as coisas que quiser, morar onde desejar e ter o rosto mais lindo que procurar. O orkut pode ser uma arma imensa de dissimulação. Ninguém tem como provar nada ali, cara ! Tudo não passam de palavras e fotos sem veracidade alguma! Ainda acho que para ingressar no orkut, devia ser feito um rigoroso teste de caráter, avaliado por uma banca incontestável. É muito fácil ser outra pessoa. É muito fácil parecer legal. É muito fácil ser bonito, querido, gostoso. Mas todas essas facilidades acabam fácil, fácil como um desligar de estabilizador.

Lembrei dessa questão da dissimulação hoje, quando com uma sacada genial, um amigo mentiu a data do aniversário, transferindo-o para hoje. Dito e feito, 99% dos seus "amigos no orkut" foram lá dar os parabéns. Bem-vindo ao mundo falsificado da internet, onde é muito fácil ser amigo de deus e do diabo. Onde as falsidades são escritas sem o menor remorso, onde é normal receber parabéns e votos de felicidades de pessoas que nunca falam pessoalmente contigo simplesmente por não querer. Vai entender né ? É como se vivêssemos uma vida à parte quando conectados, onde temos uma vida feliz e bonitinha onde todos são nossos amigos do peito, mas fora disso, somos pessoas normais das quais nem todos querem se aproximar.
Nem sei o porquê de escrever isso, se no fim dos contas o que o povo quer é ver o cabaré pegar fogo com as quengas todas dentro.

Não sou exemplo pra ninguém, mas pra mim um bom uso do orkut é o uso natural, sem ter que ficar se preocupando em aparecer o tempo todo, em esconder tudo de todos. É aceitar quem se conhece e quem se fala, não só quem tem uma foto ou ou profile legal. É participar de comunidades que realmente tenham algo haver
com sua REAL personalidade, e não daquelas que se entra pra parecer "in". É ser você, como na vida de carne de osso. Simples e diariamente.

quarta-feira, julho 02, 2008

Vivendo no séc. XIV


[ Aham, acredito... ]


Lendo post antigos de flogs perdidos por aí, me deparei com algumas questões que há muito habitavam meus pensamentos, mas que um teclado desconfigurado a uma preguiça imensa me impediram até hoje de transformá-los em palavras.

Em toda cidade, sendo ela capital ou não, é provável que exista um grupo pequeno de pessoas "diferentes", leigamente rotulados como "roqueiros", inicialmente, para posteriormente receberem uma entitulação qualquer que seja condizente com as roupas que costumam usar.

De fato, uma espécie de preconceito do qual muitas vezes já fui vitimada, mas que aprendi a ignorar sabendo do tamanho da ignorância popular, da falta de conhecimento e cultura a cerca de estilos co-relacionados com musicalidade. De uns 2 anos pra cá, creio eu, começou a expandir-se a febre "EMO". Desde então tudo que contenha listras, bolinhas, piercings no lábio, cores vibrantes, franjas, cabelos coloridos e coisas desse tipo, é EMO.

Muito bonito pra minha cara essa.
Desde sempre me vesti usando peças e acessórios com essas características, o que me deixava mais parecida com um anime andando na rua, praticamente um cosplay ambulante, e ninguém nunca havia falado nada (exceto as más línguas que tanto me amam).
Aí eis que agora, qualquer filho da puta que me olha na rua com meus cabelos azuis, uma camisa do AC/DC e meias listradas que SEMPRE usei, chega na cara dura e me pergunta: "Ei, tu é emo?"
Dá uma revolta tão grande por saber que essa pergunta só foi motivada através do que a mídia divulga erroneamente sobre o que é esse conceito de EMO. Caralho, eu tava com uma camisa do AC/DC, porra ! O povo não sabe nem o que significa isso, e ainda vem querer falar merda, é o fim mesmo.
Tudo bem que usar uma camisa de banda não significa muita coisa nesses tempos onde o modismo é praticamente tudo, mas já era uma pista, convenhamos!

Mas não volto a escrever pra falar do quão vítima da ignorância eu sou.
Como disse no início do post, ao ver fotos e escritos antigos, vi o quanto de gente "velha" não conseguiu até hoje, superar certas fases. Não tenho propriedade pra criticar pessoas de 30 anos sendo que só tenho meus 19, mas opiniões se materializam com vivenciações, e a respeito disso não sou nenhuma ameba estúpida que só critica.

Já perceberam que existem pessoas que simplesmente não querem sair do seu mundinho Woodstock ? Que querem ser eternos astros do rock nas suas cabeças ? É, isso existe aos bandos por aí. Gente que insiste em sair de corpse paint pra comprar pão ali na esquina. Pessoas que não conseguem (ou não querem..) enxergar que a vida é muito mais do que viver de visual, ouvir metal, usar camisa de banda e toda a parafernalha que isso acompanha. Tudo bem que se produzir pra um evento é uma coisa, mas tornar isso uma vivência diária já me soa como exagero.
Muita gente por aí quer ser um eterno Ozzy, só que sem a fama e a grana, lógico. Pra mim, isso tudo pode ser falta de capacidade de levar em frente uma vida real, falta de vontade de ter um objetivo na vida, afinal, metaleiro/gótico/emo/etc não é emprego, a não ser que tenhas uma banda famosa com contrato vitalício de sucesso.

Não vejo problema nenhum em apreciar certos estilos musicais e até vestir a camisa quando necessário, mas tornar isso rotina precisando mostrar ao mundo com roupas e acessórios, não me desce. Insistir, já com seus 20 e poucos anos, que se é um bruxo, uma feiticeira, um anjo da morte, um soldado de satã, uma vampira e o diabo a quatro, é demais !

"Ah, mas tu tá falando de quê aí ? Tu tem cabelo azul, uma porrada de tatuagem e piercing." Sim, mas não é assim que eu me vejo com os meus 30 anos. Não é necessário ser a vida toda desse jeito pra se deixar claro que gosta. Se até lá eu achar massa, continuo do mesmo jeito, mas não fazendo disso o centro da minha vida.

Na verdade, isso tudo nem tem como ser criticado, já que cada um tem seu devido tempo pra chegada e saída de fases da vida. Só que tem algumas pessoas que parecem que empacaram no tempo ...


[ Marilyn Manson - New Model nº15 ]





Por: AritAnna-Varney/Registro de porra nenhuma.

Copie quem quiser, as idéias são de todos, são universais. Mérito meu saber que consegui expressá-las a ponto de despertar inveja/cobiça/interesse de outros a ponto de desejarem tê-las escrito.


quarta-feira, abril 02, 2008

Enfado

[ e um dia a ficha cái ? ]


Chega um dia em que você acorda e só se sente cansado.
Cansado, enfadado, descontente, puto.

EU CANSEI !

Não se tem prazer algum em habitar um lugar caindo aos pedaços, onde a humidade corrói, além das paredes, seu humor.
Não se tem prazer algum em acordar sentindo o característico odor de urina e fezes de cachorro, que graças às chuvas imensas, ficam o dia todo dentro de casa.
Não se tem prazer algum em dormir em um colchão no chão e acordar com 2 cães ao lado, imaginando que com suas patas imundas, andaram todo o chão cagado e mijado pra depois subir e sujar seus lençóis.
Não se tem prazer algum em saber que seu almoço provavelmente não será uma coisa do seu agrado, e pior ainda saber que a pessoa ao lado não entende se você não comer.
Não se tem prazer algum em passar o dia todo em casa, sem qualquer perspectiva de mudança ou melhora.

Tudo se torna um saco: a convivência pesa, a paciência regride, o humor piora.
Choras, maldizer, blasfemar, gritar, esbravejar e chingar de nada adianta.
O mês de março foi sem dúvida o pior mês de toda a minha vida.
TUDO que podia acontecer de errado, aconteceu.
Catástrofes e calamidades por segundo.
E pra fechar o mês com chave de ouro: uma doença imensa do caralho, que pra completar não se sabe o que é.

E assim vamos levando a vida, nessa felicidade simulada, aos trancos e barrancos, nas desgraças e destrambelhos, nessa rotina enfadonha de doméstica que jamais pensei que um dia seria.

FODA.





[ The Dresden Dolls - Slide ]

quarta-feira, março 26, 2008

Over

[ que não tem remédio ]





Apenas pra dar uma atualizada, memorizar o link e não correr o risco de esquecer esse endereço de novo e por tanto tempo.
Fatalidades.
Acontecem, é simples. Não há como evitar nem como prevenir até que aconteça.
O ruim é o sentimento de culpa que nos sufoca, mesmo quando sabemos que não temos motivos pra nos sentirmos assim. FODA.
É o mesmo princípio das vídeo-cassetadas que assistimos por aí.
Nos perguntamos: isso tinha como dar certo ? Assim, como se o erro fosse praticamente premeditado, que só esperasse o momento propício pra acontecer.
E foi justamente assim. Depois de presenciar várias investidas, miados e rosnados, um pitbull finalmente atacou o gato.
Apollo é extremamente manso e dócil, Titorito que atiçou. FATALIDADE.
Mas nada me tira da cabeça que eu poderia ter feito algo mais, e isso nunca vai mudar aqui dentro.
Saudades do único gato de 6 meses que até hoje mamava na cabeça dos meus dedos, que sempre pulava e miava em cima de mim atrás de carinhos e afagos, que se escondia no escuro pra atacar as pernas dos que passavam.

Saudades do meu Titorito.
Eternas.




[ Os Cataléptico
s - Run From The Nightmare ]