domingo, junho 03, 2007

Casamento

[ à flor da pele ]
Há muito ando sem tempo ou até mesmo estímulo pra escrever aqui, inclusive por não achar utilidade nas idéias que pensava em externar. Talvez tenha me sentido improdutiva desde minha volta de Patos, leia-se: desde que fiquei longe de Thiago.

A viagem foi uma das melhores coisas da minha vida, aproveitei da melhor forma possível e sem ter qualquer tipo de aborrecimento por menor ou mais fútil que poderia ter sido. Foram 11 dias de pura felicidade, paixão, alegria, boas surpresas e solidificação de um amor que eu não acreditava ser capaz de dedicar a alguém.

Minha prepotência jamais me permitiu amar outrém tanto quanto a 'meu amor próprio', e isso foi algo novo, que eu aprendi a lidar e inclusive a admirar. Nada mais natural do que dedicar tamanho sentimento a alguém que é exatamente como ele.

Sem desmerecer meus relacionamentos anteriores, mas dessa vez consegui sentir a segurança e a proteção que sempre busquei, mas que em todas as ocasiões anteriores só havia encontrado na minha dedicação ao outro. Como meus amigos sabem, de um jeito ou de outro, de uma forma sutil ou escrachada, eu sempre tive o total controle em todos os meus relacionamentos. Sempre mandei e desmandei, movi mundos, refiz conceitos, mudei opiniões por puro capricho e fiz com que realizassem todos os meus desejos mais fúteis. Manipulação, mesmo que não intencional, sempre foi uma palavra de lei nos meus 'romances'. E finalmente, depois de procurar isoladamente em cada pessoa algumas características que me agradam, consegui encontrar em uma só muito mais além do que eu poderia querer.

Thiago é, sem dúvidas, alguém pra vida inteira. Que consegue controlar com um olhar meu gênio nada fácil, que me acalma com um abraço, que me faz sentir segura com um simples segurar de mãos. Já tentei me enganar várias vezes dizendo sentir mais do que realmente sentia, apenas pra tentar acreditar na intensidade que eu gostaria. Mas agora as coisas acontecem de uma forma incompreensível, impossível de prever e controlar. Tomou proporções inimagináveis, o sentimento cresceu de uma forma faraônica e incontrolável.
Não tive como fugir, e nem que tivesse, jamais o faria, pois esse é verdadeiramente o momento pelo qual esperei sentir durante toda a minha vida até então.

Pode parecer loucura, precipitação e capricho perante o pouco tempo que o conheço, e que estamos juntos. Mas como ele mesmo me disse hoje, sempre me chamaram de louca, e quando eu faço alguma loucura ainda vem alguém se surpreender ? Nada mais normal, logicamente.
Mas não estamos vivendo de sonhos ou sendo inconsequentes.
Tudo tem sido extremamente pensado e decidido racionalmente, portanto, sem motivo para alardes. Estou ciente do tamanho da minha escolha, das milhares de coisas que terei de abdicar pra correr atrás de um propósito que tem grandes chances de dar errado. Mas se existe uma única possibilidade de dar certo, é nisso que vou me apegar com todas as forças.
Ao contrário do que a maioria pode pensar, não me sinto insegura ou apreensiva. Minha confiança em tudo que ele me passa é tamanha que não abre brechas para que isso ocorra. Será uma experiência nova, onde muitas dificuldades e responsabilidades virão como consequência, mas que serão parte essencial de um amadurecimento e história de vida. Fazendo isso, abdicando de toda uma vida que aqui construí em nome de um agrande amor, creio que estou fazendo a escolha mais certa e racional, pois é impossível de que eu venha a sentir isso novamente se deixar essa oportunidade perfeita passar. Sem falar que a pessoa ideal só aparece uma vez, e deixar que isso passe seria um pecado imperdoável.
Ao final da vida, sei que poderei olhar pra trás e falar com convicção que fiz tudo que julguei correto para minha felicidade, sem traumas, arrependimentos e medos.
Às vezes perdemos tanto tempo de nossas vidas temendo a felicidade, sofrendo por antecipação, que esquecemos de viver e aproveitar momentos únicos.
Em resumo:
Vou embora dia 18, me caso dia 23.
Ser feliz é apenas uma questão de combinar coragem, determinação e encontros.









"E ela teimou, e enfrentou o mundo, se rodopiando ao som dos bandolins..."

domingo, maio 06, 2007

Catalepsia

[ aham, sei ]

Meu relógio biológico já era.
Revirado totalmente, de uma maneira nada saudável.
Fazem praticamente uns 5 dias que não durmo durante as noites, invertendo o girar do meu mundo. E com isso, fazendo minha cabeça girar também, dores de cabeça devastadoras. Mas o que eu posso fazer se a noite me é bem mais atraente ?
Funciono bem melhor durante a noite, e otimamente bem na madrugada. Sem dúvidas ! Odeio esse sol maldito que insiste em vir dia após dia pra estragar os meus momentos noturnos de reflexão.
Tá, eu seeei que preciso do sol, que ele é amigo das plantinhas porque só através dos raios que ele solta que elas podem realizar a fotossíntese, que é, por sua vez, minha amiga, porque eu ainda preciso respirar.
Tô totalmente entregeu ao ócio, ao tédio e à falta do que fazer. Po, queria algo legal, interessante, que me motivasse mesmo. Mas tô estagnadinha, tentando dormir o máximo de tempo possível, na ilusão de que assim o dia da minha viagem chegará mais rápido. O bom disso é que tem funcionado mesmo.
Lendo um post antigo da Lálá, vi algo sobre cigarros, e o porquê das pessoas fumarem, e dos viciados não admitirem que o são.
Eu fumo há uns dois anos, e não penso em parar. Não só porque sou viciada, isso seria muito pouco. Acho que na verdade, é mais por prazer e hábito. Fumar é ter sempre uma distração, algo a se sentir ativo. Um fumante nunca está só, pois sempre tem a companhia do seu próprio cigarro.
Fumar não é apenas levar aos lábios e tragar fumaça. É todo um ritual quase que sagrado, que acontece com a mesma naturalidade de cada respirar. Comigo é assim, não dá pra fazer as coisas sem paixão. Por mais simples que possa parecer, há de ter paixão. Inútil e ilógico fazer por fazer.
Show da Fúria Louca ontem, muito bom ! E a Sunset Strip e a HateDaska estão de parabéns também. Noite entre amigos, nada melhor pra marcar minha despedida antes da viagem.
Sim sim, tô viajando essa semana pra Patos, na PB, e só volto dia 21.
Por isso aviso que isso aqui vai ficar um pouco mais esquecido do que de costume, porque não vou querer desperdiçar 1s sequer pra vir atualizar minha 'vida' virtual. Até porque será mais legal falar do pós-viagem, creio eu. Muita gente diz que essa minha viagem repentina é loucura, mas os astros conspiram ao meu favor:
"A Lua começa a caminhar novamente em harmonia com o Sol, que transita pela Casa 9. A Lua, por sua vez, transita pela Casa 5. As duas casas são harmônicas e, nesta próxima fase que vai de 06/05 (hoje) às 10h26 a 08/05 às 15h15, você estará vivendo um momento excepcionalmente favorável para fazer contato com pessoas que estão distantes, ou mesmo viver romances em viagens."
Nada mais propício ou perfeito pra ocasião !
Então é isso, até a volta.


[Os Catalépticos - Catalepsia]

segunda-feira, abril 30, 2007

Egocity

[ bem-vindo à egocity ]



Resposta à comentários feitos no post passado, 'Paixões', de autoria anônima:




É interessante debater sobre as tuas impressões sobre mim, ainda mais quando você não me conhece bem, quando sabe apenas de poucas palavras, de algumas fotos e assim, de suposições criadas à partir da tua concepção e experiência pessoal.
Mesmo perante isso, como já disse antes, sou acessível para que tais dúvidas e muitos mitos sobre mim, acabem.Pois bem, vamos lá então, por tópicos:

INATINGÍVEL;
Não creio que alguém o seja na totalidade, a diferença é que eu tento resolver meus problemas de forma prática, sem deixar que um setor interfira no outro, e talvez por saber dividir e
controlar a resolução dos meus problemas, eu pareça ser assim.
De fato, é realmente difícil, hoje em dia, que algo consiga realmente me atingir.

ETERNO ENQUANTO DURE;
É, eu acredito que é eterno enquanto dure, sim. E me valho do mesmo exemplo que o teu: experiências pessoais. Vivo as minhas paixões com intensidade, com um otimismo momentâneo que talvez tu não tenhas. Se acabam no próximo mês ou na próxima semana,
e daí ? Pelo menos eu vou ter a certeza de que terei vivido o que, no momento, acreditei valer à pena. Paixões me são saudáveis, e é uma pena que elas não causem o mesmo efeito em ti. E não, minhas paixões não me machucam, muito pelo contrário ! Me proporcionam momentos excelentes muitos dos quais eu levarei para sempre. E no término de qualquer relacionamento amoroso, é natural que uma das partes sinta mais do que a outra. Eu acho ótimo que não seja eu, mas isso não quer dizer que eu não me importe com os sentimentos alheios. Se pra você o pior é que os outros se machuquem, já demonstra não ter simpatia por mim, mas isso e nada são sinônimos ao meu ver.

JEOVAHNY
;
Sim, é o nome do meu ex-namorado dos cabelos vermelhos. Se você não gostava do cabelo dele, fato que achei inútil ser comentado, direito absoluto seu. E não creio que ter namorado com ele por 6 meses, ter sido honesta, sincera e verdadeira mesmo nas piores situações, tenha sido uma maldade. Acho que se eu tivesse sido escrota, mentido, enganado e traído, talvez eu seria bem vista por ti e por ele. Existem pessoas que simplesmente não estão preparadas para saber da verdade puramente dita na cara, mas isso não vai nunca me fazer deixar de revelá-la.Até uns tempos haviam sim fotos minhas no álbum dele, e o fato de que tu saibas disso só revela ainda mais um interesse imenso e totalmente desnecessário na minha vida e no que diz respeito a ela. Se resta ou não sentimentos da parte dele, é algo que não me nos interessa. O que eu tive de viver e resolver com ele, já foi feito, e com certeza não interessa a mais ninguém. E os recados, assim como posts meus tanto no blog quanto no flog, ainda estão lá. Qual seria o intuito de
apagá-los ? Não há nada ali que eu realmente não quisesse ter dito, ou qualquer coisa que eu me arrependa ou envergonhe. Não apago os momentos que tive pelo simples fato de terminar um namoro. Desejo que ele seja feliz e viva sua vida de uma forma tão boa quanto tenho feito com a minha. E reforçando tuas palavras, isso realmente não vem ao caso.

4 CARINHAS;
És realmente um leitor assíduo, e com certeza se entrete em procurar informações nos meios sociais que frequento, porque em momento algum eu citei o nome do Diego aqui, e também não falei exatamente Thiago. Tu deves realmente se interessar na minha vida amorosa, pra querer buscar informações em outras fontes.No começo do meu blog, como você teve ter lido, fui motivada pelo de Felipe, meu namorado na época. E em seguida existe um post, como você também deve saber, que fala no término pela segunda vez. Sim, e aí ? Não posso mais falar da minha pessoal né ? Ah, e no meu primeiro post, como você tambééém deve ter lido, mas vale à pena lembrar:"De certa forma, fiz isso aqui pra mim, apenas.Egoísta, egocêntrica .. sim, eu sei disso perfeitamente.Mas quem enfim encontrar isso, sinta-se à vontade pra perder seu tempo lendo sobre minha vida meio controversa."E vejo que tens seguido isso à risca, hein ?Namorei com o Jeovahny depois, terminei com ele por muitos motivos pessoais e por ter conhecido o Diego em São Paulo. Sim, e daí ? Preferível que eu não terminasse meu namoro, que traísse, já que ele jamais teria como saber ? É, eu não tomo as minhas decisões assim, e muito menos crio relações construídas sobre mentiras. Tudo que foi dito aqui sempre foi vivenciado, não apenas palavras ao vento ou sentimentos simulados. E creio que a melhor pessoa pra julgar isso, é quem sente, e no caso, não és tu nem ninguém.
Agora, quanto ao Diego, não acho recomendável contestar minha relação com ele. Só eu e ele sabemos exatamente do sentimento um pelo outro, e se na tua concepção existe apenas um conceito do que é amor, eu recomendo mais vivência e menos julgamento acerca das coisas que tu não entendes. Quando se falou de amor, ele realmente foi sentido, nunca leviano ou precipitado.
Thiago é a paixão mais recente, o que mais uma vez te mostra como um bom observador. E apenas por isso, seria ele desmerecido ? Não seria digno de sentimentos ? O legal de poder apaixonar-se e permiti-se quando isso parece ser uma boa oportunidade de felicidade, é saber que as pessoas são diferentes. Por isso, nada mais saudável do que partir pra outra quando as coisas não dão certo.
Só deixando claro:eu não vou atrás de envolvimentos. Acontecem naturalmente, de forma que eu apenas os aproveito se julgo benéficos.
Mas será que na tua ótica, seria preferível que eu passasse meses e meses chorando e sofrendo amargamente devido ao fim de alguma das minhas paixões ? Não creio ter tanto tempo assim pra desperdiçar com atitudes inúteis.

VIDA MUITO ENGRAÇADINHA
;
Nossa, nem eu sabia que minha vida era assim. Ao contrário do que tu queres julgar, minha vida é normal e eu nunca mostrei o contrário aqui. Mas é muito legal saber que através das minhas poucas palavras, tu te divertes com tuas confabulações à respeito do que realmente é a minha vida. É mesmo muito engraçado ler isso de alguém que não tem convivência comigo.

ROUPAS ENGRAÇADAS
;
Não gosta ? Não as use, simples. Nunca, em momento algum desse blog ou em qualquer outro lugar ou circunstância, eu pedi ser compreendida por alguém em qualquer sentido, ou que gostassem do estilo que eu tenho. Respeito as diferenças, e é justamente em busca disso que o faço.Justamente, cada um tem seu estilo, e se você me conhecesse realmente como as tuas palavras querem ter o conhecimento do que eu sou ou deixo de ser, saberia que esse estilo é uma extensão do que gosto. Não sou adepta de modismos e muito menos preciso impressionar as pessoas através de roupas 'incomuns' ou seja lá do que for. Seria muito mais válido que tu pudesses me conhecer antes de vir com preconceitos ao meu respeito, e através de vivência e
conhecimento, pudesse esclarecer teus 'serás' totalmente compreensíveis.Quanto a ter algo pra mostrar, talvez eu até tenha, e muito. Mas em momento algum eu procurei expor algo do tipo. Se existe algo em mim que precise ser revelado, tenha certeza de que será feito para quem merece.

Só deixando claro que minha intenção no MEU blog não é procurar inimizades, realizar a promoção de um marketing pessoal, parecer legal ou qualquer coisa assim. Uso apenas para não perder os pensamentos momentâneos, para que possa rir deles posteriormente.

É válido lembrar que não foi a intenção, em momento algum, ser rude ou grosseira, até porque os comentários feitos, mesmo que críticos depreciativos, foram feitos com um certo respeito e elegância, ainda que baseados em informações visuais e fatos fragmentados.
Comentários são sempre bem-vindos, mesmo que esse blog não tenha o objetivo de obtê-los.
Grata pelas observações,

AritAnna-Varney


P.S.: saber quem eu sou é uma questão muito mais de sentir e viver do que simplesmente observar. Caso sejas incapaz de fazer
isso, me informe.Daí darei o número da minha identidade.

terça-feira, abril 24, 2007

Paixão

[ determinação ]

Observação é algo engraçado, sem dúvidas.
Nada mais hilário que perceber o comportamento, os gestos, expressões e tentativas de dissimulação das pessoas. Um conjunto que fala muito mais do que qualquer texto recitado e ensaiado, trazendo assim uma sinceridade praticamente absoluta. O mais intrigante é pensar que nem todas as pessoas estão cientes de que são observadas constantemente por olhos atentos, ávidos por informações ocultas. E não digo de um casal descuidado que pratica sexo na varanda do 17º andar, ou de um velho babão que insiste em espiar o banho da empregada.
Me refiro mesmo às situações mais casuais, simples e corriqueiras. Cotidiano.

No decorrer de nossos dias, é notável a presença de variações de humor, que são decorrentes da satisfação (ou não) em determinados setores da vida. Tudo bem que no meu caso (eis um excelente exemplo de uma das minhas comunidades favoritas: "expondo-se para exemplificar") ocorre uma espécie de padrão matinal.
Simplesmente não consigo conversar quando acordo, e é totalmente desaconselhável qualquer tentativa de contato. A não ser, é claro, que o indivíduo seja dono de um masoquismo verbo-moral notável. Ou que seja uma companhia absolutamente agradável...
Mas usando tais variações de humor, chego ao ponto central do meu pensamento momentâneo: paixão.
Amores, casos, paixões, beijinhos, carinhos. RELACIONAMENTOS AMOROSOS.
É até um conflito interno escrever sobre isso, ainda mais quando critico tanto o fato de que as pessoas sempre colocam seus romances como centro de todos os setores da vida.
Se o namoro não vai bem, nada mais vai.
Se o casamento está em crise, o trabalho afunda.
Se o caso declina, a saúde se abala.
Se a paixão se esvai, o mau-humor reina.
Incrível ! Acho intolerante que tudo possa ser considerado tão secundário a ponto de se deixar afetar por um sentido só. Já que adepta da razão, isso é claramente uma irracionalidade resultante da super-valorização e hiperbolização dos sentimentos e situações que o envolvem.

Tá, não posso querer me achar o cúmulo do racionalismo e negar que as emoções me abalam, pois embora não pareça e muitos sequer acreditem que eu valorizo meus sentimentos, eu me importo sim. A realidade é que eu tento resolver isoladamente, sem que haja a necessidade de expandir para outros setores e acabar transformando um problema só em uma bola de neve na ladeira.
Sei inclusive que é até complicado conseguir dosar e controlar essa influência emocional, mas impossível não é. Tudo depende apenas de conseguir enxergar as coisas de uma maneira prática e aplicável à sua rotina.
Pra mim tudo tem sido simples demais, apesar de tantas adversidades.

Vale à pena lembrar que todo relacionamento amoroso, por maior tempo de duração e convivência, se torna mais delicado. Particularmente acho impraticável coexistir pacificamente o dia inteiro com alguém, mas isso tendo em vista minha personalidade um tanto quanto misantropa, que já se acostumou a momentos de solidão e à não divisão de manias 'incomuns'. De certa forma eu já tinha inclusive me convencido de que passaria o resto dos meus dias convivendo apenas com minhas outras 12 personalidades.
Mas graças à alguma coisa, as coisas mudam.

Mas voltando... com o tempo, é natural que desavenças e defeitos se façam mais notáveis, até mesmo porque a paixão tende a diminuir, ou seja, o mau-humor tende a reinar. E nesse caso é necessária que a razão se faça presente ainda mais, para a preservação de uma boa relação.
Por isso que AritAnna passa tanto tempo sem namorar, por não achar alguém disposto a me encher de novidades que estimulem meu intelecto, que apoiem com atitudes minha razão e que se faça presente mais em espírito do que em corpo.
Mas do jeito que as coisas estão caminhando, creio que tudo isso é apenas uma questão de quilômetros.

De tanto parar pra reler e pensar no que escrever, eu já nem sei mais do que continuar falando.

Essa semana foi impressionante o número de pessoas que vieram conversar comigo se reclamando da vida:
"Ah, meu namoro não vai bem, não me sinto completo...", "Poxa, minha vida é só estudar, não encontro ninguém pra mim...", "Como eu queria mudar isso, e aquilo ..".
Porra, que merda é essa ? E todas essas pessoas, que conheço bem a ponto de saber a vida que levam, não tinham o porquê ficar abrindo a boca apenas pra reclamar. Talvez seja por que isso é o mais fácil a se fazer, mas na hora de tomar alguma atitude, de realmente se decidir a sair do conformismo, da acomodação e procurar uma solução, não sabem. E ainda me perguntam se eu tenho as fórmulas para essas mudanças ! Não sou exemplo de vida pra ninguém, apenas sei levar à sério as metas e objetivos que estipulo, sei o que é ter determinação e persistência quando se trata de algo no qual eu realmente acredito valer à pena.
Nesses últimos dias, eu estou completamente incorfomada com o conformismo que as pessoas apresentam acerca de pontos que não lhe agradam nas próprias vidas. Tornam um fato isolado (amor) algo monstruoso, capaz de engolir todos os possíveis bons preságios no resto das coisas. ABSURDO ! Pra isso existe o equilíbrio, a concentração e a paciência, dentre outras coisas que eu julgo importantes, mas que não são tão comuns na resolução dessas coisas.
Leia-se: frieza, auto-controle, indiferença. Tudo muito bem dosado, claro.

É, eu vou ficar sozinha mesmo, obrigada.
Pelo menos até viajar e poder me casar.


"meu amor ele é demais, nunca de menos
ele não precisa de camisa-de-vênus
Ouça o que eu vou dizer, meu bem me ouça
o que ele precisa é de uma camisa-de-força."




Cof, cof - Fazem dois dias que não fumo, e isso me é um espaaanto. Ah, e é digno de avaliação essa minha incapacidade de manter uma linha reta de raciocíneo.

domingo, abril 22, 2007

Inter

[ remoto controle ]



eu ando pelo mundo prestando atenção
em cores que eu não sei o nomecores de almodóvar
cores de frida kahlo, cores
passeio pelo escuroeu presto muita atenção no que meu irmão ouve
e como uma segunda pele, um calo, uma casca,
uma cápsula protetora
eu quero chegar antes
pra sinalizar o estar de cada coisa
filtrar seus graus

eu ando pelo mundo divertindo gente
chorando ao telefone
e vendo doer a fome nos meninos que têm fome
pela janela do quarto
pela janela do carro
pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
eu vejo tudo enquadrado
remoto controle

eu ando pelo mundo
e os automóveis correm para quê?
as crianças correm para onde?
transito entre dois lados de um lado
eu gosto de opostos
exponho o meu modo, me mostro
eu canto pra quem?
pela janela do quarto
pela janela do carro
pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
eu vejo tudo enquadrado
remoto controle

eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
minha alegria, meu cansaço?
meu amor, cadê você?
eu acordei
não tem ninguém ao lado

pela janela do quarto
pela janela do carro
pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
eu vejo tudo enquadrado
remoto controle


O que não tem juízo, nem nunca terá..

[ o que não tem limite.. ]


Pessoas, dias, lugares.
Distâncias, acasos, coincidências.
Confidências, risos, palavras.
Telefonemas, mensagens, tempo.
Paixão, encanto, alegria.
Felicidade, torpor, magia.

Perfeição em detalhes.

Amor(?), saudade, viagem.
Ele, eu, momentos.
Marcas, lembranças, querer.

Saudades.

De tudo aquilo que nunca vivi.
Das coisas que nunca vi.
Dos beijos que nunca dei.
Dos braços que nunca envolvi.
Do gosto que nuca provei.
Do cheiro que nunca senti.
Das ruas que nunca andei.
Dos olhares que nunca contemplei.

Saudades.

De tudo aquilo que eu quero pra mim.
E intederminadamente.

Saudades.
Dele, perto de mim.

O que me deu ?

[ o quê será ? ]


"O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca teráO que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo ..."

[Chico Buarque - O que será (à flor da pele)



"Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar...

E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminouE foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz."

[ Chico Buarque - Valsinha ]



"Como fosse um par que nessa valsa triste se desenvolvesse ao som dos bandolins
e como não
E por que não dizer que o mundo respirava mais se ela apertava assim seu colo
e como se não fosse um tempo
em que já fosse impróprio se dançar assim
ela teimou e enfrentou o mundo se rodopiando ao som dos bandolins

Como fosse um lar seu corpo a valsa triste iluminava e a noite caminhava assim
e como um par o vento e a madrugada iluminavam a fada do meu botequim
valsando como valsa uma criança que entra na roda a noite tá no fim,
e ela valsando só na madrugada
se julgando amada ao som dos bandolins"

[ Oswaldo Montenegro - Bandolins ]




"Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem pra seguir viagem
Quando a noite vem

E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega, mas não lava
Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina, salta e te ilumina
Quando a noite vem

E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta, morta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas mas no fundo gostas
Quando a noite vem

Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, ferro e fogo
Em carne viva
Corações de mãe, arpões
Sereias e serpente
sQue te rabiscam o corpo todo
Mas não sentes."

[ Chico Buarque - Tatuagem ]

domingo, abril 08, 2007

Salada

[ dissimulação ]

São tantas as coisas que eu gostaria de concluir que pensar nelas me desanima.
Começar é simples, tão fácil como decidir escrever esse 'texto', que na verdade pode até ser desabafo, ou apenas falta do que fazer. Que seria, na realidade, preguiça de fazer alguma coisa.

Tantos pensamentos diversos, conflitantes e sentimentais, que não passam de dúvidas, indecisões e, principamente, uma solidão que jamais deveria ser como é.
'Essa é uma noite de solidão onde tudo está como não deveria ser.'
Mas disso, meu orgulho de sempre passar ter domínio sobre sentimentos, não tem motivo algum para verdadeiramente orgulhar-se.
Em momentos assim, de vulnerabilidade consequencial do tédio e ócio, lembranças inúteis e fantasmas de um passado que eu sei que já não penso (ou de um presente que não se encontra rumo a progressos), voltam como se quisessem me entreter, uma diversão em tentar me abalar.
Saudades, remorsos, lembranças, amores, paixões, dias e noites.
Sorrisos e lágrimas antigas que um dia acreditaram que jamais passariam.

Se as palavras pudessem se materializar dos meus pensamentos me seria bem útil, assim poderia fumar em paz enquanto fantasio em músicas que me induzem a uma reflexão que já fiz inúmeras vezes.
Mas nada é como queríamos que fosse, nunca.

A perfeição é utópica e até ridícula de se desejar.

sábado, março 10, 2007

Situações Inusitadas

[ monstro induzido ]



Incrível como as pessoas olham em mim um ponto de desabafo.
Sexta, Reviver. Local point da descolação. Praça Nauro Machado, Gigabyte (vulgo Chez Moi), Bar do Porto, Observatório. Praticamente todas as pessoas, na maioria alternativas, optam por algum desses locais e é praticamente de praxe comparacer tooodas as sextas.
Chegando cedo, cumprimentando mil pessoas, tudo normal, como sempre. Em cidade pequena não tem como dar 5 passos sem encontrar algum conhecido.
Não demorou muito para que um cidadão visualmente punk, me abordasse:
- Iae, beleza ? Você é emo ?
- Emo ? (muxoxo de indignação) Não, cara.

Daí começou uma conversa louca e pseudo-ideológica da parte dele, falando que tava caçando os emos porque eles tem que aprender a não deturpar a ideologia punk, e um monte de blá blá blá. A conversa tomou proporções enormes, e ele sacou que meu visual não tinha nada haver com qualquer rótulo que ele tinha imaginado. Claro que visual é a primeira impressão, e como eu estava totalmente monocromática, natural que ele pensasse isso. Só sei que chegamos a um ponto interessante: skinheads.
Ele saca de muitas coisas à cerca disso, mas tem idéias violentas e inclusive deturpadas no que se trata disso. Foi uma conversa extensa, que terminou com o fato dele me advertir a não usar mais meus belíssimos suspensórios vermelhos. Porque segundo o mesmo, está ocorrendo a 'racha' dentro da facção punk, entre os punks e os 'pseudo-punks'. Só sei que o cara é até gente boa, mas com uns pensamentos muito agressivos no que se trata da visão dessas diferenças. Tudo bem que cheguei a amedrontar, em SP, os emos, bater de bengala e tomar dinheiro, mas só pra fazer graça mesmo. Não sou à favor de violência física ou até mesmo verbal na resolução de diferenças ideológicas/visuais/musicais/sexuais. Pra mim, natural que não sejam partidários do mesmo gosto, mas deve existir respeito mútuo. É isso que defende o Projeto Revô, já detalhado aqui.
Pois bem, prosseguindo com a sucessão de fatos inusitados.
Lá pelas 2 da manhã, um conhecido que eu já havia cumprimentado, chega pra mim DO NADA falando que algo importante tinha acabado de ocorrer, e que ele precisava ME contar. Nossa, fiquei espantada por ser a ouvinte essencial de assuntos tão íntimos e recém concretizados.
Indo pra casa, de ônibus com a galera, tudo tranquilo. Animação total na típica cantiga de Abiodum "eu, você, a vadia, ninguém presta", cantada em ALTO e bom som dentro do ônibus, com direito a vaias e chingamentos beeem ofensivos.
No meio do caminho pra ir ao posto Hungry da curva dos 90, comprar 'goró' pro pessoal, um carro pára, abaixa o vidro e se ouve:
- Aritana!??

Essas coisas só acontecem comigo. O cara, que eu até conheço de vista de algum lugar que não me recordo, me ofereceu carona. Hoje mesmo, quando meu pai foi me deixar no Reviver, me falou para não aceitar carona de estranhos. Mas,.. conhecidos de vista de sabe-se lá de onde, são considerados estranhos ? Eu não considerei, tendo em vista uma pernada imensa debaixo de chuva que eu teria de dar até minha casa. O cara inclusive sabia onde eu morava e até que eu trabalhava dando aula lá no Vinhais.
Essas coisas me assustam, mesmo.
Mas tudo bem, tranquilo.
Em plenas 4 da manhã, Aritana chega em casa e liga o computador na tentativa de dar uma arrumada nos arquivos, já que nesse horário não têm ninguém pra conversar on-line mesmo. Separando uns arquivos de texto afim de colocá-los em suas devidas pastas, me deparo com o 'cristina.doc'. Pensei se tratar de algum documento da minha mãe, porque aquilo realmente não tava dentro de qualquer memória minha. Na curiosidade, abri.
Me deparei com uma conversa de msn de duas ex-amigas, terminando a amizade nessa conversa. E pelo que entendi, porque uma delas virou evangélica e tinha um namorado que a outra julgava ser ridículo, sangue-suga e anti-social. A cristã acusava a outra de não a aceitar por isso. Pelo que li e pude concluir, a recém convertida realmente ficou louca. Mas enfim ... o que teria EU haver com isso ? Até conheço uma das duas, mas não consegui imaginar como isso conseguiu vir parar aqui no meu computador. Nem imagino quem raios possa ter me mandado isso. Sinceramente ...
Não consigo acreditar mesmo como as pessoas me têm como ouvinte e auxiliadora. Não que julgue isso algo ruim, muito pelo contrário, pois isso é um grande sinal de que como psicóloga eu não vou morrer de fome, e muito menos procurar clientes.

Em resumo, uma noite agradável, cheia de
boas e inusitadas surpresas. E o melhor: em uma companhia ideal, reconfortante e extremamente agradável.








[Placebo - The Bitter End]

domingo, março 04, 2007

Ilusão Induzida

[ felicidade simulada ]

Havia um país pelo mar,
mas eu não posso dizer com certeza,
se fez parte de uma ilha só,
ou somente de alguma região litoral.

Uma aterrissagem difícil em um espaço branco e podre
estirado cuidadosamente nas ondas,
e por um momento desejei saber,
a que propósito amedrontador poderia servir.

Pesado, rugindo, em mares infinitos,
que segredos esta amargura encerra?
Será que minhas recordações antigas com seus fantasmas famintos,
juntaram todas suas forças para chamar esta tempestade de melancolia?

Jardins mortos e vastos,
quase um labirinto,
cercados por ruínas e pedras cobertas de hera,
talvez este lugar estranho teria sido uma vez um palácio,
onde agora arbustos de viole(n)ta agüentam espinhos escuros e frios.

Um menino jovem estava me levando pela mão
ele estava me conduzindo abaixo dos jardins,
o qual eu apenas me lembrei o momento
em que eu dei o primeiro passo debaixo da terra.

Nós viemos para um quarto só com janelas pequenas,
e para minha surpresa poderia de alguma maneira ouvir,
embora reduzido a um murmúrio, agora como canto e zumbindo,
uma voz selvagem do mar rugindo.

O menino construiu uma catacumba,
ele está vivendo em uma tumba,
debaixo do chão,
onde não há nenhum som,
ele está escondendo,
do mundo.

Algo se assemelhando a um altar foi construído lá,
uma estrutura com algum uso obscuro secreto,
abaixo, em autocontemplação inanimada,
jazia uma tumba negra e bem lacrada.

Mesmo assim este material escuro tem uma leveza sobrenatural,
e quando eu toquei isto, e senti o que era,
parecia ignorar totalmente minha presença...
e sem deixar um rastro, veio gotejando, grotesco e suave.

Então fôra de um súbito, que algo de debaixo disto,
apareceu, inesperadamente:
eram as paixões e os amores do pequeno menino,
o qual ele os tinha selado com o maior cuidado.

Deveria ter havido algo em meu olhar,
Já que o pequeno menino começou a falar,
e para minha pergunta muda de por que ele tinha feito isto,
ele respondeu estas palavras a mim:

"Este é o único modo que eu posso me manter à salvo delas,
só isto pode garantir que elas não subirão novamente,
porque quando voltarem, elas sempre estarão me seguindo.

Não há nenhuma alternativa,
eu não posso escapar delas,
porque assim que eu tente,
elas se levantarão novamente,
somente para me assombrar... -
oh, acredite em mim, eu tentei numerosos tempos!

Mas aqui neste paraíso perdido e inerte eu achei finalmente
algo que trabalha como um selo.
Minha amargura e meu receio me mantêm longe do dano,
e suas tentações belíssimas já não podem me ferir.

Aterrados bem fundo, nesse pesado mármore negro,
todos os restos de felicidade devem ser cobertos com isto,
com minhas tristezas de fantasias irreais.
Somente assim, afogando-as em minhas lágrimas,
Eu posso fingir que elas não existem.

Ainda, todo o tempo eu devo estar atento,
porque de vez em quando,
sempre que me recordo de suas maldições mundanas,
já que realmente pode acontecer,
e a terra treme e se abala,
e algumas das pedras estão começando a deslizar.
E isso só me garante que eu não devo mais me lembrar.

Assim, constantemente eu tenho que observar a tumba,
cuidando em não pensar,
e se eu não conseguir sempre,
tenho que estar lá, consertar o dano,
empilhar todo meu sofrimento seguramente e substituir por novas decepções... "

O menino construiu uma catacumba,
ele está vivendo em uma tumba.
Debaixo do chão onde não há nenhum som
ele está escondendo do terrível mundo.

Sentir tudo isso
Me levou um tempo para a realidade
de que todos nós temos segredos e medos...

Nós fechamos nossas mentes da dor
na esperança de ocultar nossas piores lembranças,
de esquecer nossas desventuras amargas
e isso está causando estas lágrimas.

Sempre.

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Lágrimas Secas

[ conflito introspectivo ]



Enquanto ele dorme intranquilo devido ao calor, ela fuma.
Acordada, perdida em pensamentos que variam da tristeza à melancolia.
Apenas divagações pessimistas quanto à felicidade que atinge as pessoas normais.
Embaladas por canções obscuras, ela apenas escreve, calada, perdida em suas idéias cruéis contra si mesma.
O vazio, a solidão. Nenhuma alma viva pra lhe falar palavras de conforto, ou até mesmo que depreciação.
Ela está completamente só, sem amores, amigos, alegrias e principalmente, esperanças.
Mas tudo isso é normal, compreensível e esperado. Tudo é apenas consquência direta da vida desregrada que ela sempre cultivou como rosas no jardim.
Não se abala, apenas aceita seu destino e condição, sem balbuciar qualquer tentativa desesperada de retorno. Infeliz, mesmo que momentânea e secretamente. Mas ela até gosta de se sentir assim, mesmo. Às vezes se induz a ter pensamentos sórdidos, a uma depressão contida que no fundo preenche o vazio atual.
O calor incomoda, e nem assim o sono ou o pesar conseguem lhe vencer. Obstinada, parece querer vencer os próprios limites que o corpo lhe impõe, o que só lhe dá mais certeza de que não passará dos 30.
Os cinzeiros lotados e o copo já vazio. Come um chocolate sem vontade, no intuito de se distrair, de não repensar em problemas que ela não gostaria de ter, que não há mais como resolver.
Ela já não se pronucia, já não tenta mais contornar. Não tem jeito, ela pensa, e com razão.
Mas não reclama. Se contenta em fazer críticas mentais à si mesma, se martirizando calada, muda em um silêncio que corrói sua alma e arranca lágrimas frias de seu coração à cada nota que o piano entoa.
Para, passa a mão nos cabelos presos, bagunça-os na tentativa de ajeitá-los desordenados, mas já não é possível.
Expira lentamente, como se esse fosse seu último sopro de vida. Ela já não consegue mais respirar sozinha.
Acende outro cigarro, talvez por puro hábito ou vontade de ter com o quê ocupar as mãos e consequentemente, os pensamentos que insistem em ir sempre na direção mais dolorosa, que justamente devia se desviar.
Mesmo imersa nessa visão não agradável, ela não se comove, não se compadece de si mesma, e muito menos lamenta sua sorte.
Olha pro lado, onde ele ainda dorme, e se coça na tentativa de espantar os mosquitos imaginários criados pelo calor noturno e pertubador. Se espreguiça preguiçosamente, e volta a dormir.
Em plenas 4 da manhã lá esta ela, acordada, disposta e quase inerte, absorta em levianos pensamentos cheios de fundamento, razão e culpa. Mas ainda assim segura de que fez o melhor.
Talvez apenas para si, mas ainda assim o melhor que poderia fazer. E ela não se arrepende.
Talvez por isso não se sinta infeliz em sua totalidade. Ela tem seus momentos, e isso devemos entender. Afinal, todos nós temos.
Mas não como ela. Não como os dela.
Ela coloca tanta paixão naquilo que faz que chega a ser difícil caminhar carregando sua alma. Um fardo, uma cruz pesada, mas que é levada com prazer.
Ela já pagou caro demais por tudo que conseguiu ser, por tudo que fez pra poder ser exatamente aquilo que é, perdida em sua imperfeição pra ela perfeita.
Não é justo que desista assim, de uma hora pra outra, sem exitar. Não, ela jamais o faria, mesmo que sua vida dependesse disso.
Ela percebe, para seu desespero, que os cigarros estão ficando escassos, e lamenta por isso. São eles seus companheiros diários, das jornadas insones e instrospectivas.
Companheiros sim, porque não ? Ela prefere acreditar nisso, afinal, alguém especial havia dito que fumantes sempre possuem companhia: seus próprios cigarros.
Enquanto escuta suas músicas preferidas, a fumaça de seu melhor cigarro toda conta do lugar, que combinada à pouca luz ambiente, cria todo um cenário propício à uma tragédia cômica e até dramática.
Mas tão real quanto você ou eu.
A vida dela nunca esteve tão sem propósito, tão sem compromisso. Existem apenas planos, que o sono impede, dia após dia, de serem concretizados.
E assim ela percebe a vida se esvaindo dentre suas mãos, como a fumaça de seus cigarros mentolados a se perder no vento.
Não, ela jamais se acomodaria. Ela apenas curte esse momento de pura misantropia e visão interior. Ela os goza de forma incompreensível, e assim, desprovida da maioria dos sentimentos, é que ela se sente mais humana, mais viva.
Nessas horas de pura solidão e encontro pessoal único, é que ela percebe o quanto é válido viver sendo apenas o que é, apenas o monstro que a sociedade gostaria de calar nos confins do mundo, a fim de não poder expor suas idéias tão controversas, realistas e pessoais. Ela seria capaz de contaminar o mundo com as verdades que todos nós gostaríamos de esconder debaixo do tapete, que gostaríamos de por um momento, esquecer das piores imundícies que existem dentro de nós.
Se passam as horas, cheias de sombras e verdades semi-absolutas, e ela apenas se orgulha de poder observar isso com os aspectos que somente ela consegue enxergar. E o cd se repete, mais uma vez.
E nessa trilha sonora que revela o enterro dos medos e lágrimas de tudo e todos, ela apenas sorri, um riso contido, porém sincero e único.
Ela pensa nele, se estaria dormindo, chorando ou até mesmo pensando nela com toda a intensidade que ela pensa nele. Ele pode até estar com o pensamento nela, mas com certeza não os mesmos pensamentos que ela nutre calada sobre ele.
Ela o ama, claro, e ainda o ama em demasia para que decida parar de sofrer. Não se conforma de como as coisas puderam chegar ao fim, de forma tão turbulenta, tão terrível e irreversível. Não, as coisas não acabam por aqui. É nisso que ela se agarra com forças que ela já não tem mais.
Seria pedir demais que o tempo pudesse dar uma nova chance aos dois ? Ela prefere não pronunciar tal pedido, com vergonha do próprio tempo e do próprio desejo de tê-lo de volta. Não seria justo com ele, e nem com ela. Ela só gostaria de que pudesse, ainda, ser feliz como foi um dia com ele.
Escrever não mudará tudo que ja foi dito e feito, mas ela se sente melhor em fazê-lo. Dessa forma é capaz de partilhar com suas outras 12 personalidades tudo aquilo que sente. Por isso ela se dedica de forma tão séria à esse tempo que tem consigo mesma. Por isso ela é acometida por essa depressão induzida, desejada e válida. Assim, ela pode enfim encontrar a paz discutindo entre si.
A preocupação dela não é que as palavras façam sentidos, que expressem coisas belas e compreensíveis. Ela apenas escreve, para si mesma, como um desabafo morto que jazerá eternamente no precipício de seu auto-conhecimento incompleto.
Ela só quer cantar sua canção muda, iluminada pelo sol que ela não tolera, soltar seus tigres e leões no quintal, enquanto as pessoas imaginárias na sala de estar são ocupadas demais para perceber qualquer diferença.
Tem vontade de plantar folhas de sonho, de fazer um brilhoso punhal de puro aço, para matar o seu amor de uma vez por todas. E enquanto isso, as pessoas se ocupam apenas de nascer e morrer, como tudo sempre foi, certo e incerto, seguindo o rumo corriqueiro de uma vida miserável de tapolhos.
Não quer que faça qualquer sentido, ela apenas o quer, do seu jeito bem incomum. Só com isso ela se satisfaz, com o encontro de todos os seus pensamentos mais ilógicos.
"Toma um fósforo, acende teu cigarro. Não, obrigada, eu tenho isqueiro." E assim zomba de uma dos poemas que mais gosta. É o jeito dela de demonstrar carinho e importância. Uma meiguice seguida de uma hostilidade. Uma boa verdade dita por alguém.

Já é tarde, é hora de acordá-lo, fala calada.
Ele ainda dorme, um bom amigo, na minha cama.


E eu, ainda fumo.
Ainda penso.
Ainda sofro.
Ainda choro através dessas palavras, minhas lágrimas que jamais rolaram.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

No-one is there

[ pseudo-cadáver ]


Agora eu estou tão assustada,
Pois pareco esquecer como sons se tornam palavras ou até mesmo frases...

Não, eu não falo mais, e o que poderia dizer quando não há ninguém lá?
Não há nada a ser dito...

Então eu prefiro ficar no escuro e no silêncio, sozinha ...
Ouvindo um raio de luz, do que um som ou alguém para conversar,
do que algo para compartilhar...
Já que lá não há esperança e não tem ninguém lá.

Não, não, não...
Uma alma não vivente e não há mais nada a ser dito,
no escuro eu permaneço totalmente sozinha, por mim mesma,
dormindo a maior parte do tempo para suportar a dor.

Eu não suspiro uma palavra,
Eu não falo há semanas e ainda o amante dentro de mim (secretamente)
Está puxando minhas orelhas.
Mas não há ninguém,
E às vezes parece que cada hora que passa outra palavra está deixando minha mente...
Eu sou a amante da solidão, meu pátio está deserto mas eu não me importo.
A presença das pessoas é feia e fria
e é algo que eu não posso mais nem ver nem assimilar.

Não, eu não falo mais e o que deveria dizer,
já que não há ninguém lá e lá não há nada a ser dito?
Tudo é opressivo (tudo é tão pesado!) lá não há ninguém, e ninguém está lá.

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1º PROBLEMA


E eu não tenho do que reclamar, afinal. As coisas estão correndo conforme minhas atitudes traçaram.
Algumas de uma forma não planejada, e por isso negativas. Mas não a ponto de me levar a algum arrependimento, jamais. De tudo feito, tudo é válido.
Minha vida caminha com passos ora longos, ora demasiado curtos. Mas quem gera esse movimento nada sincronizado, nada mais é do que apenas meus atos. Por isso, porque haveria eu de reclamar, já que tudo que ocorre é consequência de minhas vontades ?
Eu deveria estar satisfeita com isso, então. Mas como é inerente ao ser humano a insatisfação eterna, não me martirizo por me sentir assim, incompleta e um tanto amarga.
Acontece que meus atos não podem nunca motivar atitudes prematuras de terceiros. Acho isso errôneo, precipitado e ilógico. Afinal, eu vivo minha vida baseada em meus desejos, princípios, metas, objetivos e vontades. E nada disso é transfirível a outrém, de forma alguma.Então porque agir mediante os fatos alheios ? Isso não me é sensato. Claro que existem circunstâncias e situações diversas, onde é realmente necessário esperar uma atitude alheia para que se possa agir. Mas o término de um namoro não é, para mim, motivo suficiente para que me mude de uma cidade que gosto, que tranque a faculdade que escolhi e deixe para trás família e amigos.
Existem coisas na vida mais importantes que amores momentâneos e situações que parecem irredutíveis. O tempo é senhor de tudo, por isso não concordo em fugir dos problemas, quando o que estamos fazendo com isso, na realidade, é apenas adiar uma resolução e um aborrecimento que mais cedo ou mais tarde virá.
Nossa, eu sou um monstro, um coração de pedra, uma pedra de gelo. Não é bem assim, apenas sou realista acima de tudo.
Lembrando maaais uma vez: a tia aqui é RAZÃO, não sentimento. E isso independe da situação.



2º PROBLEMA


Eu realmente não tenho sorte nessas empreitadas amorosas, isso é fato mais do que comprovado, infelizmente.
Mas sabe que é até bom isso acontecer ? Até porque minha capacidade de adaptção é algo fora do sério, o que faz com que o sofrimento não o seja pra mim.Eu tenho uma tendência impressionante para me envolver com pessoas complicadas. Seja ideologicamente, regionalmente, 'paranoicamente'. Ninguém é normal, incrível !
Mas se bem que eu não me atraio por pessoas comuns, o que faz virar consequência minha aproximação de pessoas 'estranhas', por assim se dizer.
Só sei que é imutável o fato de que sempre existem grandes e faraônicos obstáculos. Ou vão embora, ou moram longe, ou não querem se envolver, ou já querem se envolver demais. Sem falar de muitos e muitos 'ou' bem piores.
Me conformo em saber que sempre, de um jeito ou de outro, sou uma pessoa inesquecível na vidas das pessoas que cruzam seus caminhos com o meu. Seja de uma forma positiva ou não, o fato é que nunca me esquecem.
Pode parecer prepotência, soberba e desembasada, mas que eu sou a mulher da vida de vários homens, isso eu sou. Mas do que adianta ser tudo pra alguém, quando tenho o vazio como companhia ?
Certas vezes eu gostaria de ser apenas uma ilustre desconhecida. Acho que assim evitaria vários problemas, mágoas e sofrimentos. Pros outros, claro.
Porque eu até gosto de ficar triste. Gosto mesmo. Nessas horas que consigo ter mais motivações e pensar com uma clareza bem maior. É como dizem, cada doido com suas manias.



1ª SOLUÇÃO


Ao que tudo indica, finalmente começarei a cursar o curso pelo qual sempre fui apaixonada. Um doce pra quem adivinhar.
Vou começar, por exigência materna, um curso de inglês, quando minha vontade era dar início a um de alemão. Uma prova de que nunca estamos satisfeitos, hein ?
Se tudo sair como planejado, dentro de alguns dias começarei a trabalhar no governo, ou seja, terei de tirar meus amados piercings durante o meio expediente. Mas pela grana proposta, vale realmente à pena.
E o mais legal é que por conta desse trabalho, terei possibilidades de morar sozinha, ter um lugar pra chamar de MEU e criar minhas próprias normas.
Não pensem vocês que por morar só, será uma eterna bagunça lotada de festas initerruptas. Isso aqui não é samba do criolo doido.
Com isso, vem consequentemente, mais responsabilidade. E é justamente atrás disso que estou. Esse sonho prestes a ser concretizado, inicialmente não era só meu. Minha intenção era de dividir isso com uma pessoa que amo, que infelizmente não foi capaz de superar erros do passado e que resolveu enfim fugir dos problemas em vez de resolvê-los. O que posso fazer perante isso ? Apenas lamentar e continuar a levar minha vida normalmente.
Como dizem: Se tu não 'quer', tem quem queira. E é por isso que a minha vida jamais para baseada nas atitudes alheias. E tem dado certo até então.





E por hoje é só, pessoal.





{ Tracklist do post: }

[ Marilyn Manson - Redeemer ]

[ Marilyn Manson - Lamb Of God ]
[ Marilyn Manson - The Last Day On Earth ]
[ Marilyn Manson - Tourniquet ]
[ Marilyn Manson - The KKK Took My Baby Away ]
[ Marilyn Manson - Highway To Hell ]
[ Marilyn Manson - The Speed Of Pain ]
[ Marilyn Manson - Mechanical Animals ]
[ Marilyn Manson - 1996 Vs. PowerPuffGirls ]
[ Marilyn Manson - Coma White ]
[ Marilyn Manson & Shanon K - My girlfriend girlfriend ]
[ Cradle Of Filth - Amor & Morte ]


segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Revolução Ideológica

É, tempos sem nem olhar isto aqui, eu sei.
Tenho alguns projetos em mente, para as futuras séries a serem aqui expostas.
Como, por exemplo, algo falando sobre distúrbios de personalidade.
Ou até mesmo uma outra que fale especificamente de cada estilo ideológico-musical, inspiração que devo ao meu querido irmão Rodrigo.
Mas isso, são projetos para um futuro breve.
Pra já, me inspirei no acaso, mais exatamente em uma comunidade minha do orkut, a Pós-Modernidade, linkada abaixo:

Em determinado tópico ("São Luís - Antro Pós-Moderno"), também linkado abaixo:
... houve uma discussão bem interessante sobre o título. Caso queiram ler toda a discussão, o link está aí disponibilizado.
Mas vou me ater a colar aqui apenas a minha resposta ao tema, com cortes a fim de não dificultar o entendimento parcial, e daí, colocarei posteriormente a idéia qual quero realmente chegar.

Eis:
"Recém chegada de SP, capital mesmo, pude perceber o quanto São Luís ainda é limitada no que se trata de "antro pós-moderno".E faço minhas as palavras do professor da Mai: enquanto o conceito do modernismo não for consolidado, estamos há anos-luz do pós-modernismo.E digo mais: enquanto as pessoas adeptas ou não do movimento não pararem com modismos fúteis, será impossível promover qualquer espécie de ideologia embasada.
O que rola nessa cidade nada mais é do que modismo e uma série de pseudos-estilos e ideologias.Aqui, infelizmente, ainda existe SIM muito preconceito, e não apenas pessoal.É praticamente impossível, dando um exemplo, no meu caso, que eu passe na rua e não seja olhada com olhares estranhos, e tudo isso graças à um cigarro aceso na mão e a alguma roupa fora do comum para os padrões retrógados dessa sociedade alienada.
Creio que para a consolidação do pós-modernismo, é necessária uma mudança interior, uma auto-aceitação do que se realmente é, independente do que seja, e não se tratando apenas de opção sexual.As pessoas, inclusive aquelas que não ligam para os pensamentos de outrém (que como já foi dito, são poucas, e eu me orgulho em fazer parte desse seleto grupo), precisam, cada vez mais, expandir suas mentes e acabar de uma vez por todas com todos os possíveis rótulos, o que me leva a pensar seriamente em mudar itens da descrição desta comunidade.
Enfim, discordo em absoluto de que São Luís seja um antro pós-moderno. Para minha infelicidade, claro.São Paulo sim, é um antro, ou melhor, uma versão modernizada e estilizada de Sodoma e Gomorra.Nossa cidade precisa de uma conscientização em massa para que o preconceito esmagador se dissipe pelo menos em 1%.E não é fazendo coisas apenas no intuito de "chocar" que vamos conseguir isso.
Se quisermos mesmo que as coisas evoluam para esse sentido, creio que devamos fazer as coisas realmente com vontade, e sem se preocupar de verdade com o que irão falar por aí, pois como todos sabem, vão falar.Mas é um processo gradativo e lento até que as coisas vistas como anormais, comecem a serem aceitas.Mas reforço que isso só ocorrerá quando cada um dos adeptos fizer sua parte, sem a necessidade de causar frisson somente.
Agradeço a atenção que cada um deu a este tópico interessante, em especial à grande contribuição dada pela Maicy, que conquistou, com essa brilhante visão e fabuloso poder de oratória, o título de moderadora.Parabéns à todos pela exposição livre de suas idéias, e não vamos deixar que boas discussões como essa caiam no esquecimento.Espero por novos tópicos produtivos como esse."

Logo após, em uma conversa de MSN, acabei por pensar em mais coisas à respeito, justamente quando debatia.
Conversando com o Jeovahny, meu ex-noivo, justamente sobre a grande felicidade que tive em ler boas idéias no tópico "São Luís - Antro Pós-Moderno", ele me deu uma idéia excelente.
Conversávamos sobre como os adeptos do P-M, poderiam um dia começar a libertar suas mentes dos preconceitos sociais.
Foi aí então que ele me falou de como fazendo coisas simples, podemos dar início a uma corrente libertária de conscientização da massa adepta.
Entre as idéias citadas, a que eu achei mais prática, econômica e viável, foi a de distribuir em pontos estratégicos frequentados pelo público GLBT da ilha, panfletos com informes, idéias e incentivos à luta contra a repressão social que esse movimento sofre na cidade, da mentalidade retrógrada atuante.
Já tive algumas idéias para os panfletos, mas creio que 30 cabeças pensem melhor do que apenas uma cabecinha ruiva.Acho que se cada um de nós começar a fazer sua parte, por menor que pareça ser, estaremos contribuindo para mudanças bem maiores, mesmo que a longo prazo.Mas é justamente assim que os quadros sociais começam a se modificar, através de poucas pessoas que cansaram de apenas reclamar de braços cruzados e que tiveram força de vontade e motivação para iniciar uma revolução ideológica sem sangue.Portanto, estou esperando por boas idéias.
Um bom exemplo de como tais movimentos inicialmente pequenos dão certo, é o Espaço Impróprio, em SP, que com minhas mãos ajudei a construir, mesmo que pequena parte.O espaço é GLBT, e promove eventos, shows, oficinas, palestras e panfletos justamente sobre como lutar contra a repressão, que por incrível que pareça, existe sim em São Paulo.
O Espaço Impróprio é um centro (contra)cultural que segue os princípios do faça-você-mesmo. Todo o dinheiro arrecadado nas atividades é destinado a ajudar a manter o espaço físico (aluguel, contas, reformas) e viabilizar outros projetos (biblioteca, cybercafé etc).
Seria excelente construirmos um espaço assim aqui, mas para isso é necessário que hajam pessoas engajadas e motivadas nessa causa.
Pra quem se interessou pela história do Espaço Impróprio, aqui vai o site provisório, com algumas informações adicionais:
Abraços,
AritAnna-Varney.

P.S.: Agradecimentos especiais à Jeovahny Tavares, pelas boas idéias.