sexta-feira, dezembro 16, 2011

Foi-se.



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Vai, com garras caninas tão tuas
E arranca por vez esse felino coração
Que por ti tinha tanta devoção.

Vai, lobo vil que uiva minha dor
Lança ao chão com ferver o meu amor
E cessa por vez esse torpor.

Joga pro alto então,
tudo que denominavas de paixão.
Condenas minha imperfeição
Por amar-te tanto, em vão.



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100 +



[ desnudo de si ]


enquanto a fumaça gira ao meu redor
eu permaneço vendo a cor que me convém
só queria que você quisesse
só queria que você estivesse
aqui.

sem paz
sem pais
sem mais
é assim que eu estou.

sexta-feira, dezembro 02, 2011

no-more-?

[ where.. ? ]


e são meus
não mais teus
escritos ontem
poemas para o amanhã
que hoje já não sinto.

Ressaca de quê ?

[ despertar-se de si ]


e, justo ontem,
quando:
o corpo falha
a fronte esquenta,
o suor gela,
a nicotina me enjoa,
é que eu mais preciso de um cigarro.

e, justo hoje,
quando:
o coração palpita,
a mente divaga,
o peito cansa,
a lágrima desce,
o corpo treme,
a cama cresce,
é que eu mais preciso de você.


Ou não.

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Cof, cof...

[ do tss às cinzas ]


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tsss..


Acendo um cigarro.

O vício é tudo que você deixou pra mim.

Você virou fumaça no meu peito,

nicotina entre os dedos,

minha marca preferida,

vou fumar você.



Enquanto o fogo queima nos meus olhos,

toda dor tem seu prazer.

Respiro mais fumaça do que antes

pra me lembrar de você.

Vou morrendo devagar

e ficando em cinzas.

Eu preciso lhe apagar de mim

pra ter o ar nos meus pulmões,

Eu só preciso respirar.



Meu corpo todo pede seu calor

Mais um trago pra me aquecer

Por tempo ainda resta minha voz

e eu pretendo me dizer

que vou ter que te deixar

pra ter ar nos meus pulmões

eu não preciso de você ?

eu preciso me apagar de mim.



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