segunda-feira, maio 24, 2010

Baby, baby .. eu sei que é assim.

[ A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais. ]


As coisas tendem à incoerência, sempre.


Até quando ?
Até quando!!!
Cercada de pessoas mil e me sentindo só e nua ?
Quando julgo achar pessoas certas, acabo me levando por esse desejo louco de compatibilidade mental, na vontade desenfreada de vivenciar coisas novas, de paixões tórridas e pseudo-amores eternos.
É incrível a minha capacidade de mascarar a realidade e enfeitá-la bem colorida no mundo que eu vivo dentro da minha cabeça.
"É claro que eu te amo!"
Isso é tão simples e rápido!
...e de consequências tão desastrosas.


"Pisa o silêncio, caminhante noturno!
Antes do dia nascer.
Antes da noite morrer.
Vai encontrar nessa noite um amor sem vagar,
sem falar,
a sonhar ?
Foge do amor que a noite lhe deu
sem falar.
sem sonhar."

"Mandei fazer de puro aço um brilhante punhal
para matar o meu amor.
e matei."
fim ?


"Meu relógio parou.
Desistiu para sempre de ser.
Eu dei corda e pensei
que o relógio iria viver
pra dizer a hora de você chegar.
não andou e eu chorei.
e os ponteiros parados ali
são a prova d´água!
e no mar me atirei
com o relógio nas mãos e pensei:
ele é a prova d'água!"

"não se iluda com um beijo
com uma frase
com um olhar.
só não vá se perder por aí.."

"chegue perto de mim
não precisa falar.
acenda meu cigarro
não queira me agradar,
não queira,
queira.

não decida nem pense,
não negue nem se ofereça
não queira se guardar
não queira se mostrar.
queira."


"Adeus, vou me embora meu bem
Chorar não ajuda ninguém
Enxugue seu pranto de dor
Que a seca mal começou... "


quarta-feira, maio 19, 2010

Rosas da Escuridão

[ menina de lata ]



Ilusões de amores e paixões semi-vividos que me ecoam aos tímpanos na voz da menina de lata. Rasgou-se a boca da qual tudo que escorre jamais será silêncio.
Fala, e tanto quanto, sente. Gritante em fagulhas de euforia.
Solta lampejos e tremores de esperança, que me criam farrapos e sombras de sorrisos.
Palavras que formam uma paisagem irreal de sonhos doces de alcaçuz.
Deixar-se cair num sono vindouro do que se deseja ter, ou arrancar-me a pele de cores já marcadas de realidade?
Tempo, passa!
Passatempo?
Medo e pavor.
Pânico e solidão num tédio lascivo e imoral.
Tudo está perdido?
Não nos resta emoção?
Em copos sujos se afoga a ira
E os lamentos saem do coração
Acaba morto o que não poderia
É tão rico o mundo da ilusão!
Esqueço as luzes, prefiro os meus sonhos
Eles possuem o que desejo tanto!
O que sente a dor no coração dos homens
Na dor dos vencidos nas mesas do bar
Olho a olho no teto do quarto, sombras de mim e até as tuas.
Poesias desconexas que pipocam dançantes pairando pelos abismos de dúvida.
Letras poucas que tanto repelem, que desmontam semblantes tão harmônicos.
Fale, não cale! O tempo é tão pouco, tão pouco...
Certeza incertas de tempo pouco.
Incertezas certas à todo vapor, sem por, sem dor, sem cor.
Turbilhão de gritos surdos descendo em espiral a um fundo que ninguém vê.
Alegria, ilusão, corpos pelas ruas, pedras na mão.
Todas elas amam, todas elas chamam, todas elas clamam.
E como sempre, apelos mudos que jamais serão notados.

Boas noites, menina de lata, que aos meus ouvidos descrentes semeia as mais belas rosas.