domingo, junho 03, 2007

Casamento

[ à flor da pele ]
Há muito ando sem tempo ou até mesmo estímulo pra escrever aqui, inclusive por não achar utilidade nas idéias que pensava em externar. Talvez tenha me sentido improdutiva desde minha volta de Patos, leia-se: desde que fiquei longe de Thiago.

A viagem foi uma das melhores coisas da minha vida, aproveitei da melhor forma possível e sem ter qualquer tipo de aborrecimento por menor ou mais fútil que poderia ter sido. Foram 11 dias de pura felicidade, paixão, alegria, boas surpresas e solidificação de um amor que eu não acreditava ser capaz de dedicar a alguém.

Minha prepotência jamais me permitiu amar outrém tanto quanto a 'meu amor próprio', e isso foi algo novo, que eu aprendi a lidar e inclusive a admirar. Nada mais natural do que dedicar tamanho sentimento a alguém que é exatamente como ele.

Sem desmerecer meus relacionamentos anteriores, mas dessa vez consegui sentir a segurança e a proteção que sempre busquei, mas que em todas as ocasiões anteriores só havia encontrado na minha dedicação ao outro. Como meus amigos sabem, de um jeito ou de outro, de uma forma sutil ou escrachada, eu sempre tive o total controle em todos os meus relacionamentos. Sempre mandei e desmandei, movi mundos, refiz conceitos, mudei opiniões por puro capricho e fiz com que realizassem todos os meus desejos mais fúteis. Manipulação, mesmo que não intencional, sempre foi uma palavra de lei nos meus 'romances'. E finalmente, depois de procurar isoladamente em cada pessoa algumas características que me agradam, consegui encontrar em uma só muito mais além do que eu poderia querer.

Thiago é, sem dúvidas, alguém pra vida inteira. Que consegue controlar com um olhar meu gênio nada fácil, que me acalma com um abraço, que me faz sentir segura com um simples segurar de mãos. Já tentei me enganar várias vezes dizendo sentir mais do que realmente sentia, apenas pra tentar acreditar na intensidade que eu gostaria. Mas agora as coisas acontecem de uma forma incompreensível, impossível de prever e controlar. Tomou proporções inimagináveis, o sentimento cresceu de uma forma faraônica e incontrolável.
Não tive como fugir, e nem que tivesse, jamais o faria, pois esse é verdadeiramente o momento pelo qual esperei sentir durante toda a minha vida até então.

Pode parecer loucura, precipitação e capricho perante o pouco tempo que o conheço, e que estamos juntos. Mas como ele mesmo me disse hoje, sempre me chamaram de louca, e quando eu faço alguma loucura ainda vem alguém se surpreender ? Nada mais normal, logicamente.
Mas não estamos vivendo de sonhos ou sendo inconsequentes.
Tudo tem sido extremamente pensado e decidido racionalmente, portanto, sem motivo para alardes. Estou ciente do tamanho da minha escolha, das milhares de coisas que terei de abdicar pra correr atrás de um propósito que tem grandes chances de dar errado. Mas se existe uma única possibilidade de dar certo, é nisso que vou me apegar com todas as forças.
Ao contrário do que a maioria pode pensar, não me sinto insegura ou apreensiva. Minha confiança em tudo que ele me passa é tamanha que não abre brechas para que isso ocorra. Será uma experiência nova, onde muitas dificuldades e responsabilidades virão como consequência, mas que serão parte essencial de um amadurecimento e história de vida. Fazendo isso, abdicando de toda uma vida que aqui construí em nome de um agrande amor, creio que estou fazendo a escolha mais certa e racional, pois é impossível de que eu venha a sentir isso novamente se deixar essa oportunidade perfeita passar. Sem falar que a pessoa ideal só aparece uma vez, e deixar que isso passe seria um pecado imperdoável.
Ao final da vida, sei que poderei olhar pra trás e falar com convicção que fiz tudo que julguei correto para minha felicidade, sem traumas, arrependimentos e medos.
Às vezes perdemos tanto tempo de nossas vidas temendo a felicidade, sofrendo por antecipação, que esquecemos de viver e aproveitar momentos únicos.
Em resumo:
Vou embora dia 18, me caso dia 23.
Ser feliz é apenas uma questão de combinar coragem, determinação e encontros.









"E ela teimou, e enfrentou o mundo, se rodopiando ao som dos bandolins..."