segunda-feira, agosto 16, 2010

Amor de Pierrot

[ enfeitadas ilusões ]


De amores tudo finda.
Como o pierrot e sua sabida ilusão, que ainda perante iminente tristeza,
se regozija do amor conquistado e querido.
E brinda, canta, sorri e revigora-se.
Faz dos momentos antecedentes do abismo, anos de aurora.
E é feliz, faz-se feliz.
ó sofrida e imensa dor que a galopes se aproxima!
Antiga amiga e esperada visita.
Venha tão tarde quanto possível, despedaçar esses sonhos de puro vidro!
Faça de mim estilhaço, nada além de amontoados de cacos.
Na beleza de mil vitrais, se esconde inerte a tristeza das catedrais.

Desfaz tal fuga de mim, dissipa todo ar perfumado de paixão.
Estoura por fim esses olhos de cristal, frios, amargos como esse agouro infernal.

Entre sorrisos, bailes e bufões, golas cheias e rendas delicadas,
Mora a terrível e intrépida jornada do vazio.

Todo começo é apenas o primeiro degrau pra longa escadaria de suplícios que nos levará até o fim.
Você se atreveria a subir sabe-se quantos degraus ?

Brinde, cante e sorria!
Aproveite tal possível agonia!
Vivencie cada ponto de felicidade
que pontilha isoladamente
essa trilha de infelicidades que é a vida.

sábado, agosto 07, 2010

(des)Medido Tempo

[ entre parênteses ]

Ia.
Só ia.
Ia só.
Aí fui.
Só fui.
Fui só.
Tu?
Lá.
Aí lá,
Achei-te.
Agora?
Aí ia.
Ia aí.
ÍAMOS.
Aí fomos.
Aí estamos.
Aí sempre.
Í AMO S.

-


O tempo ocupa espaço ?
O espaço ocupa tempo.
E o teu espaço,
dentro do meu tempo,
E o teu tempo,
dentro do meu espaço,
Deixa diárias saudades.
Sempre ocupe meu tempo com teu espaço.
Sempre ocupe meu espaço com teu tempo!