quinta-feira, setembro 04, 2008

E um dia, tudo finda.


[ felicidade natural ]


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"Não há carinho nos seus olhos
No brilho deles vejo ódio
Não há razão pra mais
Tenho que admitir
Não há amor na sua alma

Os nossos beijos são amargos
Nossas carícias são tão frias
Eu juro para mim
Com um outro alguém
Que tudo vai voltar
Como um dia eu já amei

Eu vejo muito o passado
Onde eu lutava do seu lado
Você mudou demais
Você se transformou
Não há amor na sua alma"


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É, eu me separei.
Não foi divórcio, até porque nunca fui casada no papel.
Mas é muito engraçado chegar e falar pra um amigo:
"Cara, saca só, eu tenho 19 anos e sou desquitada!"
Seria muito cômico, se não fosse trágico né..

Fiquei casada durante 1 ano e 4 meses, exatamente o tempo da maior aposta que rolou em uma das minhas despedidas de solteiro, ou seja, como acertaram, tem uma grade de cerveja aí pra beber =)

Mas sim, os próximos sabem como tudo isso foi muito rápido e muito louco. Em praticamente 50 dias, eu conheci por internet, conheci pessoalmente e fui embora morar junto. Inconsequência? Com certeza, mas paixão arrebatadora acima de tudo, que me cegou a ponto de abandonar minha vida cheia de planos engatilhados sem pensar duas vezes. E por vontade própria, nunca fui coagida a isso, mesmo.

Foi MARAVILHOSO ter vivido tudo isso, de modo que não me arrependo de absolutamente nada que passei nesse tempo. Aprendi demais, fui muito feliz, amadureci muito que não aconteceria caso não tivesse vivido essa experiência tão marcante e renovadora.

Amei demais, me doei demais, sofri, chorei, ri, pensei, decepcionei-me, cresci, conheci pessoas maravilhoas que nunca vou esquecer, visitei lugares lindos. Tem coisa melhor do que se permitir viver o que se sente ? Pra mim, não.

Terminou.
De uma maneira drástica, traumática e que muito me frustrou. É horrível depois de um tempo junto, perceber apenas no final que não se conhece de verdade a pessoa que estava ao nosso lado. É agora, no fim de tudo, que conseguimos compreender realmente o velho ditado clichê que diz que "o amor é cego". Realmente o é. Quando amamos, nos cegamos voluntariamente pro que somos, nos entregamos de forma tão desmedida que tudo passa a ser outro. Não somos capazes de perceber máscaras, dissimulações ou mentiras, tudo porque julgamos incapazes disso as pessoas que tanto amamos. Mas a vida não é e nunca será justa, portanto temos de aceitar que as pessoas que mais amamos, são e sempre serão as que mais vão nos machucar. Até porque é delas que cobramos mais, que esperamos mais, que depositamos nossos sonhos e esperanças e vivemos na ilusão de que são perfeitas e incapazes de nos causar qualquer mal. Doce ilusão, tanto que poderia me considerar uma diabética agora.

As pessoas mudam demais, não continuam as mesmas. Não amam da mesma forma, não olham com o mesmo carinho, não dedicam a mesma atenção. Se transformam em monstros invisíveis que só nos matam por dentro dia após dia, por nossa incapacidade de enxergar isso. Afinal, nada permanece inalterado até o fim.

Apesar dos pesares, nunca desejo qualquer mal a alguém que me foi tão importante um dia. Muito pelo contrário, sou incapaz de fazer mal calculado e premeditado, e até inconsciente. Não faz parte do que eu sou, e não é porque me fizeram isso, que pagarei na mesma moeda. Minha nobreza de espírito não me permite rebaixar-me a tanto, descer tão baixo. Por isso, desejo apenas coisas boas, e que tudo que me desejes, volte em triplo. De tudo isso, resumo:

"Quero que a estrada venha sempre até você
E que o vento esteja sempre ao seu favor
Quero que haja sempre uma cerveja em sua mão
E que esteja ao seu lado
Seu grande amor."

Pois até os piores cafajestes precisam de um amor, até um canalha precisa de afeto. Quem sabe assim, não descubram o que é amar de verdade e se tornem pessoas melhores e corrijam as suas falhas de caráter?

Já superei tudo que me aconteceu, por incrível que pareça. Do mesmo modo que começou rápido, passou rápido. Só nunca vou conseguir perdoar ou esquecer todas as coisas ruins que fui obrigada a passar. E pior, coisas que foram feitas com o único intuito de me magoar, me ferir, mas que acabaram foi por banalizar tudo de bonito que essa história teve. As coisas que passei só serviram pra que eu visse quão pequenas eram pra outra pessoa, quão sem valor muito do que eu achava importante, se tornou. Mas acontece, nem todo mundo é capaz de ter caráter quando se é tomada por uma vingança pessoal ridícula, totalmente direcionada a quem se disse um dia amar.

Todo meu bem estar atual, se deve nada mais a poder me sentir "eu" novamente, depois de tanto tempo. Pode colocar meus planos em prática, minhas vontades banais, estar com os amigos, rir publicamente, ser boba e tosca, dançar no meio da rua em uma madrugada qualquer. E tudo isso, sem medo de qualquer represália. Mas além disso, alguém muito especial, que tem ocupado meus pensamentos e aquecido meu coração, tem um papel fundamental nessa história. Foi meu acelerador de melhoras, sem dúvida, e que vai permanecer na minha vida o tempo possível. A ele, dedico todos os meus melhores sorrisos, as palavras mais sinceras e todo o tempo do mundo, na certeza de que logo logo vamos concretizar tudo que imaginamos com tanto carinho.

Mas enfim, não serão essas frustrações e sacanagens descabidas que me farão modificar minha essência, que é a de ser apaixonada pela vida, de agarrar as oportunidades boas que me surgem, e de me permitir viver intensamente tudo aquilo que acredito ser válido.

O que não me mata, há de me fortalecer.
Portanto, prazer, sou a intransponível Muralha da China!

Um comentário:

Jalila Eos disse...

Acontece que nós mulheres címos de cabeça em um relação e nos frustamos pelo simples fato de criarmos grandes espectativas em cima da pessoa.
É foda.
Já passei por cada coisa e sei que passarei mas a vida é assim.
Abraços querida.