segunda-feira, julho 26, 2010

In Maiorem Satanii Honorem

[ como Apolo, que a tudo ilumina ]


Eu,
de corpo lúbrico e olhos trêmulos,
mera casa de desejo e carne,
templo pagão de delírios noturnos,
eis que a ti agora entrego,
ó portador de meus lúgubres deleites,
sem pudor e em torpor,
minha lascívia secreta
de desejos impronunciados.
E o anseio de sempre querer-te
junto a mim em conúbio eterno,
é incessante, como súplicas ao Mephisto.
És meu arnês, minha égide atemporal.
Elo de nefárias heresias derrancadas,
de uma alma imoral e concupiscente,
que agora em sublime comunhão,
almeja em tua companhia
descansar incólume na eternidade.
Que minhas palavras só não sejam tão imutáveis
quanto meu sangue, saliva, suor e digitais
sempre presentes em teu corpo.

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