terça-feira, julho 06, 2010

Cenas Perdidas de Registro

[ tormenta ínfima ]


E cenas jamais registradas
pelo olho de câmera da memória.
Sentir-se só e não só estar.
Em mais um amanhecer frio que quente deveria nascer.
Cenas repetidas com detalhes inovados.
E ainda assim, tão cruas.
Tão mesmas, tão minhas.
Plenitude vã de segundos ou minutos atrás
Dissipada com um fechar de olhos alheios.
Ermos, perdidos, em labirinto eterno.
Sempre a mesma sásálidão.
Furacão de sentimentos nublados.
Fartura descrente de si, de mim.
Banquete apodrecido pela gula.
E é assim que as coisas funcionam no meu jardim.
De suplícios, de espelhos.
De lamúrias negadas, trasvestidas de sorrisos.
"Is that fickle little bitch romance."

Mas enquanto você está aqui por acaso
Por que você não cochicha todas aquelas doces eternidades no meu ouvido?
Frio lábio superior dentro desta tristeza
Se apresse e enfie logo
Você nunca sabe quando vai terminar
Amanhã.
Ou amanhã ?
Ou amanhã...
Nessa manhã.

-

Eu não posso pegar um rato,
Mas eu posso mimar um gato.
Não, estou falando sério
Eu sou muito boa nisso.

Eu não posso consertar um carro,
Mas posso consertar a monotonia.
Eu poderia consertar muitas coisas
Mas eu prefiro não entrar nisso.

Eu costumava ser firme,
O ajuste perfeito!
Engraçado como esse elogios...
Fazem você se sentir cheio disso

Eu posso cortar, dar as cartas e negociar
Mas não posso desenhar uma mão
Eu não posso desenhar várias coisas
Eu espero que entenda
Eu não sou excepcionalmente tímida
Mas eu nunca tive alguém
Que eu possa olhar direto nos olhos
E contar meu planos secretos.

Eu posso fazer uma promessa
E eu posso usar um anel
E eu posso fazer promessas a você
Mas elas não iriam significar nada.

Olá, eu te amo, você vai me dizer seu nome?
Olá, eu sou boa para nada - você vai me amar mesmo assim?

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