sexta-feira, outubro 06, 2006

Desventuras em Série

[ Desejo ]

Começando com uma foto que vem a retratar o Desejo, pois tudo, na sexualidade, parte deste princípio.

Como muita gente sabe, ou pelo menos deveria saber, tenho muito apreço por psicologia, psiquiatria e psicanálise.

A Psicanálise é, ao mesmo tempo, um modo particular de tratamento do desequilíbrio mental e uma teoria psicológica que se ocupa dos processos mentais inconscientes, uma teoria da estrutura e funcionamento da mente humana e um método de análise dos motivos do comportamento, uma doutrina filosófica e um método terapêutico de doenças de natureza psicológica supostamente sem motivação orgânica.

Sua formulação representou basicamente a consolidação em um corpo doutrinário de conhecimentos existentes, como a estrutura tripartite da mente (Id, Ego e Superego), suas funções e correspondentes tipos de personalidade, a teoria do inconsciente, o método terapêutico da catarse, e toda a filosofia pessimista da natureza humana difundida à época em que foi concebida. Além de alicerçar-se, como método terapêutico, nas descobertas do médico austríaco Josef Breuer, como doutrina tem em seus fundamentos muito do pensamento filosófico de Platão e do filósofo alemão Arthur Schopenhauer.

No entanto, ao serem esses conhecimentos incorporados na Psicanálise, foi aberto o caminho para um número grande de conceitos subordinados que eram novos, como os de atos sintomáticos, sublimação, perversão, tipos de personalidade, recalque, transferência, narcisismo, projeção, introjeção, etc. A psicanálise constituiu-se, por isso, em um modo novo de abordar as condições psíquicas correspondentes a estados de infelicidade e a comportamentos anti-sociais, e deu nascimento ao tratamento clínico psicológico e psiquiátrico moderno.
Daí então que vem a surgir o estudo das Parafilias, ou os conhecidos "Distúrbios e/ou Perverssões Sexuais".

Mas .. o que seria isso? Parafilia é o termo atualmente empregado para os transtornos da sexualidade, anteriormente referidos como "perversões", uma denominação ainda usada no meio jurídico. Estudar as Parafilias é conhecer as variantes do erotismo em suas diversas formas de estimulação e expressão comportamental.Culturalmente se reconhece o sexo convencional como sendo heterossexual, coital, com finalidade prazerosa e/ou procriativa, momentaneamente monogâmico.

Sim, "convencional" , evitando-se o termo "normal", devido ao fato das pessoas confundirem (erroneamente) o "não-normal" com o "patológico". É difícil definir o que seria um comportamento sexual normal, porque afinal de contas, o quê, exatamente, é normal? Tudo depende de que ângulo se vê. Pra mim, é normal sentir prazer com mordidas e arranhões, enquanto meu vizinho acredita que tal prazer só é alcançado se for realizado sem o consentimento do parceiro. Você pode achar normal fantasiar com homens travestidos, enquanto eu prefiro pessoas mortas e acho sua visão inaceitável!
A Parafilia, pela própria etimologia da palavra, diz respeito à "para" de paralelo, ao lado de, "filia" de amor à, apego à. Portanto, para estabelecer-se uma Parafilia, está implícito o reconhecimento daquilo que é convencional (estatisticamente normal) para, em seguida, detectar-se o que estaria "ao lado" desse convencional. É uma atividade sexual na qual a resposta (desejo, excitação e orgasmo) ocorre normalmente, contudo o indivíduo necessita, para obtenção da sua excitação, de um objeto ou práticas não usuais.

Nesse caso, a sexualidade é caracterizada por impulsos sexuais muito intensos e recorrentes, por fantasias e/ou comportamentos não convencionais, capazes de criar alterações desfavoráveis na vida familiar, ocupacional e social da pessoa por seu caráter compulsivo.

O "praticante", fisiologicamente falando, é um indivíduo normal. Apenas o 'elemento erógeno' de sua excitação que não é a usual. Existem diversas modalidades e variações. São consideradas práticas sexuais aceitas quando não provocam danos a outras pessoas ou aos costumes sociais.

Mas hoje em dia, quais são os costumes? No geral, a maioria dos traumas que levam aos chamados distúrbios sexuais, são originados por repressão ou liberação extrema de alguma fase sexual, e ainda pela criação familiar, que na maioria das vezes é a principal responsável pelas fantasias mais absurdas. Está configurada a Parafilia quando há necessidade de se substituir a atitude sexual convencional por qualquer outro tipo de expressão sexual, sendo este substitutivo a preferida ou única maneira da pessoa conseguir excitar-se. Assim sendo, na Parafilia os meios se transformam em fins, e de maneira repetitiva, configurando um padrão de conduta rígido o qual, na maioria das vezes, acaba por se transformar numa compulsão opressiva que impede outras alternativas sexuais.

Algumas Parafilias incluem possibilidades de prazer com objetos (fetichismo), com o sofrimento e/ou humilhação de si próprio ou do parceiro (maso e sadomasoquismo), com o assédio à pessoas 'pre-púberes' ou inadequadas à proposta sexual (pedofilia). Estas fantasias ou estímulos específicos, entre outros, seriam pré-requisitos indispensáveis para a excitação e o orgasmo.Em graus menores, às vezes, a imaginação fantasiosa do parafílico encontra solidariedade com o parceiro na iniciativa, por exemplo, de trasvestir-se de sexo oposto ou de algum outro personagem para conseguir o prazer necessário ao orgasmo.

Quanto ao grau, a Parafilia pode ser leve, quando se expressa ocasionalmente, moderada, quando a conduta é mais freqüentemente manifestada e severa, quando chega a níveis de compulsão.
Como já foi citado aqui, existem várias "modalidades" e variações da parafilia, muitas já conhecidas e muito praticadas como atos normais.

E hoje, daremos início à série "PARAFILIAS", vindo a retratar e a esclarecer as mais conhecidas, digamos assim.

OBS:
É extremamente válido lembrar que as fotos presentes em cada uma das retratações de parafilias, são apenas imagens semelhantes, não vindo a possuir qualquer vínculo com a realidade das palavras.
Ou seja, mesmo se tratando de fotos minhas na retratação dos distúrbios, isso não significa que eu os possua.
Alguns até sim, mais isso caberá somente à minha intimidade, portanto, nada de conjecturações à cerca de minha vida íntima, seja ela normal, convencional, ou não.

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