terça-feira, junho 02, 2015

[ rotten feast ]


[ oh, please, devour me..] 






Do que as pessoas gostam!?
O jogo secreto de quem liga ou digita primeiro, de quem ganha por mais tempo sem responder, de quem consegue parecer mais desinteressado e ainda assim manter em si o interesse do outro. An?! 

Qual o limite do estar de boa e realmente estar, sem apenas parecer querer ficar por cima da carne seca? 
Quão dispostas estão as pessoas em permitirem que outras possam começar a fazer parte de suas vidas sem serem vistas como invasores de nosso mundo particular e totalmente diferente do que o outro vive?
Vence quem não quer se adequar? 

Quem não quer ajustar seu tempo? 

Quem não quer ceder em nada na sua vida metódica e já totalmente programada ao raiar de cada sol? 
Perde pontos quem se importa em tirar alguns minutos de suas horas pra saber se o outro está bem? 

Se já comeu alguma coisa, se viu algo bonito e diferente hoje? 

Será que o interesse genuíno que acaba por criar um envolvimento natural é justamente a trava que afasta as pessoas umas das outras? 
Será que quanto mais as coisas encaixam e são gostosas mais é motivo pra afastar-se? Será que não existe mais espaço pra felicidade repentina nesse mundo individual e tão pessoal ao ponto de não querer uma vírgula dividir ? 
Talvez as pessoas estejam ocupadas demais pra ser felizes.

 
Me recuso a entrar nesse jogo sem sentido onde ninguém ganha nada além de esperas inúteis e afastamentos que começam antes mesmo de qualquer aproximação. 


Estou velha demais pra me alimentar de migalhas de atenção quando tenho um banquete inteiro a oferecer.

Ou, pelo menos,  já tive...

quarta-feira, junho 13, 2012

Sem sentido

[ sentir muito ]

E o que eu sinto
Por não sentir como tu sentes
Não faz sentido.
E do não sentir
sentido do que sinto
o sentimento segue sofrido
Amargo e embrutecido.
Sentir muito sem sentido.
Sinto muito.

quinta-feira, maio 03, 2012

Fa-fa-fa-fa-fa-FAKE IT.


[ eterno carnaval... ]


Algumas pessoas que conheci, que me pareciam tão in, só mostram o quanto são out.

Capas, disfarces, fantasias.

O que me era visto como pé no chão, agora noto ser um voo livre sem paraquedas.

Ideologias fajutas controversas e copiadas de uma série de pseudo-pensadores introspectos que definharam no turbilhão de dúvidas que jamais alguém será capaz de responder e que você piamente crê poder solucionar.Procuram por sentido, por id, por ego, por ser cult às avessas aos olhos desatentos do mundo, que por um segundo, piscam em tua direção.Uou, eu sou isso, mas posso ser aquilo depois que ler aquele livro e acreditar naquela coisa. Reinvenções diárias embasadas em um auto conhecimento nulo e sem propósito, tendo em vista o escapismo do que poderia ser um verdadeiro eu.Mentiras convictas que nos lábios dos tolos se tornam verdades incontestáveis.Um visionário mundo dopado que só tem graça quanto mais high.O mundo é cheio de ilusões particulares, por isso criarei as minhas e me matarei nos paraísos artificiais que atingem quimicamente meus sentidos. Sou descolado por ser auto-destrutivo.
Você(s) me enoja(m) nos detalhes, nos mínimos e máximos:- o jeito que fala querendo carregar um sotaque que não tem; - das vãs filosofias toscas que discursa com uma propriedade inexistente;- da falta de convicção do que és ou até que gostaria de ser; - da confusão notória de personalidade ou falta dela que se encontra e faz parecer sabedoria de forma reservada;- a maneira que o corpo finge freneticamente e em passos repugnantes curtir uma música que, na realidade, sabemos que você não conhece e sequer gosta com veracidade; - do achismo sexual magnético que só existe em alguma gaveta de egocentrismo que ainda não se deteriorou na sua mente vazia que finge-se torpe aos olhos dos desconhecidos; - das manias repetidas aos sete ventos que acabam por virar realidade apenas no intuito de diferente ser. Asco sem precedentes.
E do que adianta um vocabulário extenso e conhecimento superficial sobre assuntos antigos e rebuscados quando você nem sabe quem é ?
Me sinto em um desfile de máscaras.Me poupem.

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Searching...


[ ..65%... ]


E haverá enfim um dia em que a indiferença tomará conta de todo o verde vale que era o amor, um dia em que as lágrimas secarão e jamais voltarão a rolar, um dia em que as palavras se calarão dando vez ao silêncio abissal, um dia em que as tentativas e explicações finalmente de renderão ao cansaço por nunca serem ouvidas.
E aí sim, nesse dia, todas as cores se tornarão preto e cinza.
Aí sim, preocupe-se com respeito e consideração.



sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Do you marry me ?


[ no, thanks. ]

aliança
(aliar + -ança)
s. f.
1. Laço que prende duas ou mais entidades que se prometem mútua amizade e auxílio.
2. Laço existente entre duas famílias, mediante casamento.
3. Anel liso geralmente de ouro, que simboliza o casamento ou um comprometimento.

Aliança é sempre só consigo.

Self-Love


[ no-one is there ]

Faz diariamente de meu coração
prato seleto de teu banquete glutão
Devora os nacos, sem tato
os meus sentimentos intactos.

Engole assim tudo de ruim
arrancando por fim
toda essa paixão sem pudor
matando aos prantos meu amor.

Everyday I love you...

[ less and less.. ]


Nos modificamos por quem julgamos merecer.
Mudamos e abandonamos alguns hábitos, criamos novas rotinas, nos adaptamos.
Tudo pra tentar agradar e corresponder às expectativas em nós depositadas, porque sim, nos enchem de expectativas, de metas, de linhas retas a seguir.
Nos ditam comportamento e posturas, que obedecemos sem pestanejar.
Mas porquê ?
Porque AMAMOS.
Agradamos que amamos, giramos nosso mundo ao redor do amor que achamos correto, fazemos o impossível para estar perto.
De tudo tentamos, árdua e assiduamente.

E pra quê, se a sintonia dos batimentos cardíacos é díspar ?

O gostar jamais toca nem os pés do amar.
São como migalhas comparadas ao pão.
E eu não sou pássaro algum pra me alimentar e sobreviver delas.

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Mais uma dose.

[ é claro que eu tô afim... ]


Nessa vida de prazeres e miséria,
três são os princípios que regem o papel da gente no mundo:
Impermanência (nada fica do jeito que é. Nunca);
Imperfeição (não adianta: o homem procura a perfeição, que nunca encontra);
Incomplitude (você passa a vida inteira tentando encontrar e chegar num momento em que tudo seja completo, permanente e perfeito).
Essa é a busca infrutífera da raça humana.
Sociedade humanóides fantásticas.

Nada é veneno, tudo é veneno.
Basta a ti, dosar.
Mais uma dose,
por favor.

sábado, janeiro 07, 2012

Diário de Bordo II





NEGAÇÃO.

"E do perder-se de espaço
Da mente insana e corpo trêmulo
Tornei-me ampulheta
De sinuosa cintura e tempo inteiro."

Diário de Bordo




SOFREJO.

E nos des-casos
dos diários casos
restam apenas acasos
que não explicam
e nem concluem
os fatos

Re-compor





Lindas são as histórias de amor dos filmes.
Não existe tempo duradouro pra sofrimento, mágoa ou decepção.
Tudo é perfeitamente e simetricamente consertado antes mesmo do fim.
Não há fim, por melhor dizer, a não ser o clichê do "Feliz pra Sempre".
Lá, não há tristeza pequena feita nas "microações" diárias, você só se felicita e ri com as surpresas lindas e juras de amor eterno.
Aqui, a gente se deprime, sofre e dói.
Lá, ombros amigos, diversão e festas épicas.
Aqui, também, mas eu prefiro me recompor sozinha.

Castelo de água







Ele acordou em mais um santo dia de chuva
Abriu os olhos e sorriu
Olhou o mundo com a grandeza de um rei
E respirou o ar da liberdade e se lembrou
Que o caminhar livre de um homem
Nenhum dinheiro pode comprar
Nada como um dia após o outro para estar
Preparado para guerra que virá, diferente amanhã..

Mato Seco

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Foi-se.



-

Vai, com garras caninas tão tuas
E arranca por vez esse felino coração
Que por ti tinha tanta devoção.

Vai, lobo vil que uiva minha dor
Lança ao chão com ferver o meu amor
E cessa por vez esse torpor.

Joga pro alto então,
tudo que denominavas de paixão.
Condenas minha imperfeição
Por amar-te tanto, em vão.



-

100 +



[ desnudo de si ]


enquanto a fumaça gira ao meu redor
eu permaneço vendo a cor que me convém
só queria que você quisesse
só queria que você estivesse
aqui.

sem paz
sem pais
sem mais
é assim que eu estou.

sexta-feira, dezembro 02, 2011

no-more-?

[ where.. ? ]


e são meus
não mais teus
escritos ontem
poemas para o amanhã
que hoje já não sinto.

Ressaca de quê ?

[ despertar-se de si ]


e, justo ontem,
quando:
o corpo falha
a fronte esquenta,
o suor gela,
a nicotina me enjoa,
é que eu mais preciso de um cigarro.

e, justo hoje,
quando:
o coração palpita,
a mente divaga,
o peito cansa,
a lágrima desce,
o corpo treme,
a cama cresce,
é que eu mais preciso de você.


Ou não.

-

Cof, cof...

[ do tss às cinzas ]


-

tsss..


Acendo um cigarro.

O vício é tudo que você deixou pra mim.

Você virou fumaça no meu peito,

nicotina entre os dedos,

minha marca preferida,

vou fumar você.



Enquanto o fogo queima nos meus olhos,

toda dor tem seu prazer.

Respiro mais fumaça do que antes

pra me lembrar de você.

Vou morrendo devagar

e ficando em cinzas.

Eu preciso lhe apagar de mim

pra ter o ar nos meus pulmões,

Eu só preciso respirar.



Meu corpo todo pede seu calor

Mais um trago pra me aquecer

Por tempo ainda resta minha voz

e eu pretendo me dizer

que vou ter que te deixar

pra ter ar nos meus pulmões

eu não preciso de você ?

eu preciso me apagar de mim.



-

terça-feira, novembro 22, 2011

Bipolaridade

[ in a manner of speaking ]




e hoje ?
as buscas cessam
as saudades sufocam
as palavras calam.

hoje,
só eu e meu silêncio.

-


"In a manner of speaking
I don't understand
How love in silence becomes reprimand
But the way that i feel about you
Is beyond words...

So in a manner of speaking
I just want to say
That just like you
I should find a way
To tell you everything
By saying nothing."

[ Tuxedomoon - In a Manner of Speaking ]